Saindo de manhã bem cedo, o sol da manhã ainda nem visível no horizonte, Daisuke tinha sido convocado para a sua primeira missão de rank D. Normalmente era comum os Genin mostrarem iniciativa e se dirigirem ao gabinete do Raikage para pegar as suas primeiras missões e iniciarem assim a sua carreira como ninjas defensores da suas respetivas aldeias, mas Daisuke havia de certa forma “desaparecido do mapa”, desde que se graduou da academia e ganhou a sua bandana ninja, o jovem limitou-se apenas a treinar e a continuar com a sua rotina como um mero civil. Ele usava a sua bandana como qualquer outro shinobi mas nunca mostrou iniciativa para realmente começar a trabalhar visto que ele queria melhor as suas competências mas aparentemente, isso já não seria um opção. Na noite anterior, um outro shinobi da aldeia tinha se dirigido a sua casa para lhe entregar um pergaminho, uma convocatória que podia ser resumida como “um chamamento as suas responsabilidades como shinobi de Kumogakure no Sato”. O tão estimado tempo de espera tinha finalmente chegado ao fim e independentemente do que tinha planeado para o seu futuro ou no mínimo, a sua carreira ninja, o jovem Uzumaki era obrigado a juntar-se ao mundo real, sendo este o principal e de certa forma o único motivo de Daisuke ter saído da cama tão cedo. Chegando ao gabinete do Raikage, o Genin mostrava a sua bandana ninja de modo a obter passagem para o interior e após subir a curta passagem para a parte superior do edifício, Daisuke cumprimentava o assistente do Raikage e mostrava a convocatória que lhe tinha sido atribuído na noite anterior. Houve um comentário por parte do assistente sobre o facto de Daisuke ter estado a vadiar em vez que responder as suas responsabilidades e que tal postura não faria dele um bom shinobi se ele continuasse naquele caminho.

O jovem apenas acenou com a cabeça e pediu desculpa de modo a despachar o assunto e depois aceitou o pergaminho que lhe foi atribuído. A sua missão era de Rank D e consistia apenas em ajudar os funcionários da loja de mantimentos da aldeia com a carga e arrumação da mercadoria. A loja tinha que estar aberta as 08H00 por isso é que Daisuke foi pedido para se dirigir ao gabinete tão cedo. Isto atribuía ao Genin aproximadamente uma hora e meia para chegar ao local e fazer o que tinha a fazer. A distância não era grande e olhando pela janela do gabinete, Daisuke conseguia ver o seu destino. Meia dúzia de palavras foram trocadas e poucos minutos depois, o Uzumaki despediu-se do assistente de forma educada, guardou o pergaminho no bolso e partiu rumo a loja. Chegando ao local ao local, o genin deparou-se com um monte de caixas de cartão, dois homens transportando algumas das caixas para o anterior e uma mulher velhota com uma lista e uma atitude bastante desagradável. Daisuke apenas conseguiu dizer o seu nome antes de ser bombardeado por ordens por parte da velha com a lista, gritando que eles apenas tinham uma hora para colocar tudo no interior e arrumar nas prateleiras. Um dos homens apenas cumprimentou Daisuke e chamou-o para junto de si, entregou-lhe uma caixa e encaminhou-o para o interior, mostrando ao jovem onde ele teria que colocar as caixas. Daisuke apenas tinha de ajudar com o transporte de caixas para o interior visto que ele não sabia a organização da loja. E transportar o fez, Daisuke pegava numa caixa e levava-a para o interior com o todo o esforço e sacrifício, pousava-a no interior junto a monte das outras caixas e de seguida ia para o exterior para pegar noutra. Com três pessoas, o trabalho demorou cerca de 45 minutos e já nos últimos dez minutos, o Genin precisava de ajuda para levar algumas das caixas. Mas no final, o trabalho estava feito e o jovem foi dispensado. Após receber o pequeno pagamento pelos seus esforços, Daisuke foi mandado para casa para tomar um duche.

Começando o dia na isolada biblioteca da aldeia oculta nas nuvens, Daisuke estava sentado numa enorme mesa retangular com três dúzias de pergaminhos a sua direita, dois anciões que pareciam ser quase tão velhos quanto os pergaminhos que tinha a sua frente a sua esquerda, o Uzumaki tinha sido atribuído a missão de assistir os responsáveis da aldeia na verificação e conservação de alguns dos pergaminhos formativos da aldeia. Como seria de esperar, nada de importante ou sensível alguma vez iria passar nas mãos de um Genin visto que as autoridades da aldeia não eram tolas o suficiente para atribuir pergaminhos potencialmente perigosos a um novato que estava a fazer uma missão rank D. Maior parte dos pergaminhos continha informações mais comuns e tradicionais como a história da aldeia e os feitos de alguns dos shinobis mais populares de Kumogakure. A reparação era um processo razoavelmente simples. Havia um conjunto de pinceis com tinha branca que seria usado para limpar manchas ou pedaços de tinta que não devia estar presente, um copo com cola e um pincel ligeiramente maior que era usado para revestir, reforçar ou até mesmo substituir a parte de trás do pergaminho caso o mesmo estivesse danificado e por último, pergaminhos sobresselentes. Caso estas reparações não fossem suficientes para salvar o pergaminho e manter a integridade do mesmo para o futuro próximo, a única alternativa era simplesmente transcrever a informação para um novo pergaminho.

Um dos anciões possui uma técnica ninja bastante interessante que permitia-o copiar a informação de qualquer pergaminho com qual ele tinha contacto visual, para um novo destino usando o selo do tigre. Daisuke tinha começado as 09H00 da manhã e tendo em conta o ritmo em que as coisas estavam a ser feitas, ele tinha quase a certeza de que não havia forma de ele sair daquele local antes da hora de almoço. Apesar de não ter a maior das destrezas, todo o trabalho simples que o Genin fazia tinha que ser confirmado pelos anciões que apesar da sua idade e o tempo limitado que ainda tinham no mundo, faziam questão de examinar cada passagem do seu pincel. Ele compreendia o motivo, mas nada o impedia de sentir frustrado por ter que fazer tudo aquilo em câmara lenta e ainda ter que esperar que os anciões acabassem as suas bastante lentas examinações antes de passarem para a próxima. Não foi uma das mais emocionantes missões e a simples ideia de ter ficado grande parte ou até mesmo toda a sua manhã dentro de quatro paredes no dia tão bom como este afetava um pouco o seu espírito. Daisuke tinha trabalhado em tudo desde mapas, eventos históricos, antepassados, eventos festivos, terrenos, geografia e até mesmo alguns pergaminhos relatando alguns dos pontos turísticos mais famosos e bem-conhecidos dentro do país do trovão. Assim que a sua missão estivesse concluída e os dois anciões lhe dessem autorização para ir embora, Daisuke iria agradecê-los pela experiência e voltaria para o gabinete do Raikage para recolher o pagamento da sua missão.

Ao contrário das duas missões anteriores, para Daisuke esta missão acabou por decorrer a meio da noite por ser uma altura do dia onde o movimento era simultaneamente limitado e controlado, além de também de se tratar de uma altura em que não havia muita gente a controlar o que as pessoas faziam. Não era uma missão perigosa, mas sim uma onde era necessário ter algum nível de descrição para não atrair muita atenção ou até mesmo atenção desnecessária. Ele tinha recebido esta missão a meio da tarde, pouco depois da hora de almoço, recebendo instruções especificas para se dirigir ao hospital da vila no departamento de farmacologia ao final do dia. Lá ele iria pegar na encomenda de pílulas soldados, pequenos comprimidos que ajudavam na recuperação de chakra ou na coagulação, para de seguida leva-los ao ponto de controlo na periferia da aldeia de Kumogakure no Sato. A encomenda em si vinha numa mochila térmica que era bastante fácil de transportar e o ponto de entrega era praticamente um local que estava em linha reta a contar do portão principal da aldeia. Pelas instruções que havia recebido, Daisuke conseguiria fazer a entrega e volta em mais ou menos uma hora em meia de viagem, talvez menos se o jovem tivesse a resistência física para ir e vir sem que tivesse que parar para descansar. Assim que o sol se pôs no horizonte e maior parte das lojas de baixo volume começaram a fechar, Daisuke pegou na mochila com os mantimentos e começou a sua jornada em direção ao ponto de encontro estabelecido pela vila.

Decidindo tentar chegar lá o mais depressa possível, o Uzumaki optou por ir pelo caminho principal e mais aberto pois ele tinha quase a certeza que se tivesse o azar improvável de ter alguém a segui-lo, essas pessoas teriam a pouca sorte de encontrar um pequeno grupo de shinobis capazes de resolverem o problema da forma menos gentil possível. Não só isso, como Daisuke também queria ter a certeza que não estava a fazer esforços desnecessários. O Genin saltou de pedra em pedra, fazendo pequenos saltos pelos penhascos que rodeavam o caminho de modo a usá-los como um atalho. Ele era um shinobi da aldeia e a geografia do local era algo na qual ele estava bastante familiarizado por isso era apenas uma questão de ver onde pisava e certificar-se que chegava lá. Quando finalmente se aproximou do ponto de encontro, Daisuke encontrou um pequeno acampamento e breves segundos depois, ele tinha dois Jonin a perna que rapidamente questionaram o motivo de estar ali presente. Sem fazer movimentos bruscos, ele pegou no pergaminho que tinha no bolso e mostrou-o a um dos Jonin, alguém que levou o pergaminho em tempo relâmpago e de seguida olhou para a mala que carregava. Daisuke limitou-se a entregar a mala com os mantimentos e após uma rápida verificação dos componentes, o Genin foi convidado a ficar para descansar, mas Daisuke apenas respondeu que seria melhor voltar para trás e num rápido movimento, partiu. No caminho de volta, ele foi mais cuidado e fez questão de não ser tão chamativo nos seus movimentos, ele tinha que chegar inteiro e de preferência sem muito alarido.

Começando o seu fim-de-semana na academia ninja, algo que ele não esperava fazer visto que já se tinha graduado a alguns meses atrás e porque a academia ninja era suposto estar fechada, Daisuke estava acompanhado de alguns outros shinobis do seu estatuto e juntos estavam a repor, organizar e a restruturar a academia. A missão consistia em preparar a academia ninja para mais uma semana de treino e aprendizagem e para que tal fosse feito, uma enorme lista de tarefas tinha de ser concluída. Os apagadores das diversas salas de aula tinham que ser limpos e sacudidos, cada sala tinha que ter um conjunto específico de cadeiras por isso muitas das cadeiras que estavam postas no exterior tinham de ser trazidas para o interior, os alvos no campo de treino tinham de ser substituídos e as shuriken recolhidas, entre outras coisas que tinham sido colocadas numa pequena lista de tarefas e de seguida oferecida aos respetivos Genin. Daisuke tinha ficado com o conjunto de tarefas relacionadas com o exterior, recolher cadeiras, trocar alvos de papel e procurar as inúmeras shurikens que nunca chegaram a tocar nos seus verdadeiros alvos. Não era das piores coisas na sua lista tendo em conta que havia um outro shinobi que estava a reclamar com a tarefa de limpeza dos apagadores por ser alérgico ao pó, mas nada daquilo era problema seu visto que assim que as tarefas de cada um estivesse concluída, era suposto os Genin que já acabaram irem ajudar os seus respetivos colegas e só no final de estar tudo feito é que a missão iria estar marcada como concluída.

O Uzumaki começou por pegar nas cadeiras que estavam ajustadas num círculo, amontou-as uma por uma até que tivesse um monte de cinco cadeiras e por último levarias para o interior da academia, deixando-as num lugar visível para que outro Genin as arrumasse na sala mais adequada. A tarefa demorou pouco mais do que dez minutos vistos que Daisuke não tinha muita pressa para terminar a sua parte, mas assim que tudo estivesse já no interior, o próximo passo era a substituição dos alvos de longa-distância. Os nossos alvos já tinham sido preparados e o processo em si era apenas tirar os alvos antigos que estavam presos por uma mola, trocar pelo antigo e avançar para o próximo. A academia tinha apenas dez alvos em exibição e pouco tempo Daisuke demorou em passar por todas as molas a um ritmo calmo. Durante a sua troca, o Genin fez questão de parar para pegar nas shuriken que acabam por entrar no seu campo de visão, umas três ou quatro no meio de arbustos, cinco ou seis presas no alvo em si, umas dez no chão que haviam caído após algum tempo ou tinham sido mal lançadas e por último, algumas que estavam pressas nos pedregulhos adjacentes. O pack tinha um tal de trinta shurikens e contando aquelas que já tinha sido recolhidas ou entregues, Daisuke acabava as suas tarefas e regressa ao interior para ajudar os outros para terminar o pouco que faltava antes de regressar a casa.

Após um treino bastante doloroso para o seu corpo e autoestima, Daisuke acordava novamente de manhã, lavava os dentes, tomava um curto duche e comia a primeira coisa que encontrou na cozinha antes de se dirigir ao gabinete do Raikage para mais uma missão rank D. Como seria de esperar e da mesma forma que ele observou das vezes anterior, havia uma pequena fila a espera do responsável que atribuía missões aos shinobis e como Daisuke se recusou a sair de casa antes das dez da manhã, ele foi obrigado a esperar um pouco para a sua vez. Passo após passo e cerca de dez minutos depois, o jovem Uzumaki finalmente era atendido e tal como todos os Genin e Chunin que foram atendidos antes de si, Daisuke apresentou-se e explicou o porquê de estar ali. O responsável apenas acenou com a cabeça e colocou a mão dentro de um cesto com um monte de pergaminhos vermelhos com um laço comum a prendê-los. O homem explicou que a sua função consistia em ajudar o sistema de mensagens da vila a entregar algumas encomendas que possuem demasiado peso ou tamanho para serem entregues pelos mensageiros comuns visto que iria atrasar o trabalho deles. Daisuke agradeceu pela missão e as instruções dadas, sendo lhe concebido autorização para sair e sem mais demoras, o Genin abandonou o gabinete do seu Kage para dar início a sua missão quinta missão enquanto shinobi da aldeia de Kumogakure no Sato. Usando os seus dotes ninjas para navegar pela metrópole de forma rápida e eficaz, saltando de telhado em telhado, de poste em poste de eletricidade e até mesmo usando técnicas de academia básica como o kinobori no shugyō para fazer a transição entre as passagens de forma suave e profissional. Chegando ao posto de entregas e deparando-se com uma enorme confusão de mensageiros e pessoas a reclamar com a ausências das suas encomendas, Daisuke apenas fez questão de passar pelo meio delas e segurando o pergaminho no alto, tentou chamar a atenção de um dos funcionários. Um dos homens que estava a ser atendido rapidamente se preparava para puxar o Genin da frente pensando que este estava a cortar a fila, mas após ver a bandana da vila, aceitou a passagem do jovem de forma muito contrariada.

Daisuke era puxado para fora da fila e levado para uma sala adjacente onde muitos dos funcionários preparavam as respetivas encomendas que tinham de ser levadas. O jovem entregou o pergaminho e após uma breve leitura do mesmo por de parte de um dos funcionários, o Uzumaki tinha consigo uma mochila com 3 encomendas pesadas e um enorme pergaminho que era praticamente da sua altura se colocado de pé ao seu lado. Assim que lhe foi dado um papel com as respetivas moradas, Daisuke reparou que tinha três paragens na sua entrega. O pergaminho gigante era para ser entregue a biblioteca da vila, provavelmente a sua primeira paragem pois que era o mais próximo e a coisas mais chata de carregar, a próxima paragem era na outra ponta da aldeia de Kumogakure e a última paragem ficava bastante fora do caminho e provavelmente um local que ele tivesse que parar no regresso. Por sua sorte, o responsável pelo local mencionou que depois das entregas o garoto era bem-vindo para se juntar aos outros num lanche. Um detalhe agradável que fez Daisuke partir com um sorriso no rosto e começar a sua missão. Sendo um nativo para a vila de Kumo, as entregas foram efetuadas de forma bastante fácil e sem muitos problemas, tanto a biblioteca quanto a segunda paragem já estavam à espera da sua chegada por isso era apenas uma questão de entregar as coisas e pedir que eles assinassem a confirmar a entrega. A última paragem demorou um pouco mais visto que era fora do caminho e a pessoa que ia receber a encomenda demorou bastante tempo a abrir a porta, mas assim que tudo foi despachado, o Genin voltou para o posto para disfrutar do lanche e terminar a sua missão.