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O Novo MundoTrama Atual

Após uma longa e devastadora batalha contra o Imperador Iedolas Aldercapt, Isabel Uchiha emergiu vitoriosa, sendo coroada como a nova Imperatriz de Nilfheim. Como uma de suas primeiras ordens, a nova monarca ordenou o recuo das tropas do leste, dando um fim àquele terrível conflito.

Infelizmente, a vitória não foi gratuita. O trono fora conquistado através de perdas irreparáveis, e agora a salvadora do oeste guardava do mundo um segredo importante.

Enquanto isso, envenenado e escolhido pela escuridão, Orion Noctilucent tornara-se avatar de uma entidade maligna vinda do mais profundo abismo de Elyos, convicto de que é chegada a hora da verdadeira invasão demoníaca.

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[T] RebornQua Jul 06, 2022 9:37 am

Reborn
Inicio em 1245
Nesse tópico será narrada a história de Sariel & Kira durante o período de treinamento intenso que tiveram no cume de uma montanha no país do trovão. Durante esse período, Sariel será questionado e descobrirá parte de sua origem, finalmente se reconhecendo como um Uchiha.

Estação do Ano: Inverno.
Participantes: Sariel & Kira (NPC).
Tempo do RP: Presente.

winter






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Re: [T] RebornQua Jul 06, 2022 9:53 am

We belong to the thunderWe belong together
Ano 1245 | Inverno | Kumogakure


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Estávamos consideravelmente longe de Kumogakure, afastado para o que, segundo Kira, seria alguns dias intensos de treinamento. No cume de uma das montanhas do país do trovão, cercados pelos ventos intensamente gélidos daquele inverno. As feridas de minha última missão ainda queimavam com o toque da brisa que invadia minha barraca, por mais que algumas delas já estivessem em seu processo final de cicatrização. Todo dia, logo após meu despertar, cuidava de trocar os curativos, por mais que fosse uma tarefa impossível em determinadas partes.

— Precisa de ajuda? — oferecia Kira, entrando na barraca apertada que tinha me emprestado. Acenei com a cabeça em afirmação, aceitando sua ajuda para os curativos em minha costa. O jounin tinha me recebido um dia após meu retorno da missão, foi quando ele viu os ferimentos e imediatamente sugeriu o treinamento. Eu já tinha me acostumado com a ideia de ser seu aprendiz, mas seus pequenos gestos de afeto e preocupação ainda me assustavam, tudo parecia ter acontecido tão rapidamente, as vezes temia que minha ingenuidade tivesse me deixando mais uma vez em apuros.

— Pronto. Já estão bem melhor comparando ao início... — seu tom sempre era brando pela manhã, por mais que não acompanhasse seu ritmo. — Coma alguma coisa, iremos para um treinamento longo e não quero você desmaiando por conta de comida. — seu conselho, por mais amigável que fosse, era um aviso que me deixava assustado.

Nosso abrigo estava a poucos metros do que seria de fato o cume daquela montanha, mesmo assim o vento já era forte o suficiente para que nenhuma roupa de frio fosse capaz de conter sua baixa temperatura, além disso o ar era tão pesado quanto respirar debaixo d’água, tudo naquele lugar requeria um nível de atenção e concentração que normalmente seria ignorável.

Seguindo pela trilha usual chegamos ao ápice da montanha, imediatamente senti um peso sobre meus ombros e uma dificuldade notável em manter o equilíbrio no pouco espaço que havia. Em nossa frente havia uma pedra, que logo me fez imaginar o que ele planejava. A ponta da pedra estava cerca de três metros acima da nossa altura, e mesmo que afinada, demostrava uma resistência tão forte quanto sua base. — Não me diga que é o que estou pensando... — por mais que não soasse como uma pergunta, o sorriso no rosto de Kira era o suficiente para uma resposta.

— Não me diga que achou que eu lhe traria para esse lugar tão especial apenas para que você fosse capaz de resistir a ele. Você é um ninja, climas assim se tornarão cotidiano nessas épocas. No entanto, o quanto seu corpo consegue resistir, em pleno equilíbrio, se mantendo apenas com um dos pés? — enquanto falava, Kira fez questão de demostrar como haveria de ser o treinamento, subindo na ponta da pedra e mantendo seu corpo reto, assegurado apenas com uma perna enquanto a outra cruzava os joelhos.

Ao fim de sua ligeira demonstração, Kira se afastou, dando sinal que agora seria minha vez, parando na beirada de uma pedra que usaria para descanso. Era notável o chakra resplandecendo através do seu corpo, o que indicava que provavelmente ele se mantinha aquecido mesmo naquele pico.

Imitando seus passos, subi na ponta da pedra, demostrando uma certa dificuldade em encontrar a forma exata de me equilibrar, mantendo um controle rítmico da minha própria respiração, sempre contando um... dois... um... dois. Aquela pequena ação permitia que meu corpo não tivesse alteração ou longas imprecisões em seus movimentos, me permitindo uma maior estabilidade. Usando a perna esquerda como base, mantive a direita cruzada em meu joelho, juntando as mãos em um aperto, encontrando, o que para mim, seria a posição perfeita de equilíbrio.

A primeira hora talvez fosse de ser a mais complicada. A ventania intensa e constante sempre arrumava uma forma de me surpreender, com rajadas frias que me atingiam em pontos diferentes do corpo, aos poucos era notável que manter o corpo estável era uma dificuldade que iria além de apenas se equilibrar, por conta do frio os tremores aos poucos começavam a se intensificar em todo meu corpo, o que algumas vezes quase me levou ao chão. Mesmo assim, de maneira criativa, sempre encontrava uma forma diferente de restabelecer meu equilíbrio.

Na segunda hora, meu corpo aos poucos demostrou os primeiros sinais de cansaço, a respiração outrora rítmica começava a se perder por conta do estado físico e mental, a perna que usava de base, doía e tremia tão quanto os dentes em minha boca, e as feridas em meu corpo pareciam arder em chama por conta do frio. Por alguns segundos, observei Kira, notando sua distração e conforto mesmo em meio aquela situação, cogitei seguir seu exemplo atual, e usar meu chakra para aquecer meu corpo, mas ele sabia que eu não faria isso, eu não iria desperdiçar aquele momento.

Mordi minha língua como um aviso ao meu corpo, um despertar que me permitia retomar o controle dele, em um salto curto, mas arriscado, troquei a perna que estava usando como base, deixando agora a direita descansar e a esquerda assumir meu peso. Kira havia notado o movimento, deixando um sorriso de canto de boca escapar.

As horas foram passando, três, quatro, cinco, até o momento da sexta e última hora. Kira parecia entediado naquele ponto, mas eu esperava que aquilo fosse o suficiente para demostrar do que eu era capaz. Naquele momento, meu corpo já havia atingido inúmeros limites, superando alguns deles. Eu ainda mantinha minha respiração controlada, por mais que agora tivesse aumentado a pausa entre tomar e liberar o ar. Podia sentir a ponta do meu nariz queimar e as sobrancelhas congelarem por conta do vento constante em meu rosto, meus olhos pesavam tão quanto minhas pernas tremiam em dor, e as feridas sequer mais eram um problema, naquele ponto a dor já tinha se tornado costume e suportável.

Na sexta hora já estávamos próximo da noite, minha concentração era absoluta, monitorando cada parte do meu corpo que podia falhar a qualquer instante. No entanto, tamanha concentração não fora suficiente para prever o movimento inesperado de Kira, que com uma simples bola de neve, foi capaz de me derrubar minutos antes de completar sete horas naquele estado.

Derrubado no chão, senti meu corpo inteiro retrair em dor e alívio, se pudesse me manteria ali, mas talvez as condições daquele lugar apenas me tirassem a vida sorrateiramente. — Foi um bom desempenho, quase bateu meu tempo... que foi sete horas. — dizia Kira, estendendo sua mão em apoio para que eu me levantasse.

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Re: [T] RebornQua Jul 06, 2022 1:10 pm

Olá, Sariel.
Interessante ideia essa que você desenvolveu, gosto bastante desse tipo de treino para ser sincera. Você descreveu todos os detalhes de forma precisa, tornando o treino realmente muito completo. Ótimo treino, ótima narrativa, ótimo desenvolvimento. Quase achei que o Sariel fosse ser sequestrado nos primeiros parágrafos, no entanto. Parabéns![

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Re: [T] RebornSáb Jul 09, 2022 11:55 pm

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Acordei com o invadir da leve brisa gélida por entre a cabana que me aquecia. — Vai desistir? — perguntava Kira, provavelmente por conta que havia dormido além da conta. Ainda desnorteado, fiquei sentado, tentando compreender todas as dores que se alastravam pelo meu corpo. Aos poucos desenrolei as tiras que cobria meu braço, por mais que a dor ainda estivesse lá, as feridas já pareciam bem mais cicatrizadas do que antes.  Realizei todas as trocas de curativos que foram necessárias, dispensando a ajuda de Kira naquele dia. Por alguns segundos, meus pensamentos se perdiam, perguntando-se o que Keitaro estaria fazendo naquele momento.

Deixei a cabana, sentindo o choque de uma onda fria contra minha pele. Eu não sou daquele tipo de pessoa que odeia o frio, mas quando me colocavam naquela situação, no topo de uma montanha em meio ao inverno forte de Kumogakure, era impossível não sentir uma pontada de raiva daquele clima.

Kira estava mais a frente, parado na pequena roda de fogueira que havíamos feito na noite anterior, tragando seu cigarro enquanto assava alguma espécie de carne em um espetinho. Olhei para o céu, tentando parecer um pouco como aquelas pessoas que sabiam identificar a hora dessa forma, mas foi uma tentativa em vão, no máximo eu sabia que não era mais tão cedo.

— Meio dia. — Kira respondeu, compreendendo a falha na minha tentativa.

Me sentei ao seu lado, recebendo o espetinho que ele já estava preparando, enquanto ele pegou um novo para si. Era uma carne comum, mas já fazia dois dias que eu não comia nada além de barrinhas energéticas de cereal, então aquilo parecia preparado pelos mais incríveis chefes do país do trovão. Ao fim do nosso lanche, Kira se levantou, voltando a sua própria cabana.

— Sairemos em uma hora. Se prepare. — disse antes de passar pela fresta da cabana.  

...

Kira nos levou ao caminho de volta, o mesmo que tínhamos usado para chegar até o topo, parando em uma longa e perigosa descida. — Hoje faremos uma corrida. Seu corpo ainda precisa se regenerar de ontem, então iremos testar um pouco os seus limites, mas sem nenhum exagero. Não existem regras além de: é proibido o uso do chakra. Tirando isso, vale tudo, apenas tente chegar primeiro lá embaixo. — por mais simples que fosse sua explicação, eu só conseguia observar o quão reclinado era aquela descida, cercada por pedras e árvores, por algum motivo eu sempre esquecia: eu era um ninja, aquilo sequer devia ser um desafio.

O jounin foi o primeiro a se posicionar, colocando os pés para trás e as mãos para frente enquanto inclinava o próprio corpo, uma posição comum para corridas, mas que talvez não fosse tão útil naquele terreno. Cogitei imita-lo, mas resolvi que não, joguei meu corpo um pouco para trás, tentaria uma estratégia diferente, que talvez rendesse uma grande vantagem ou uma enorme desvantagem.

Um... dois... três... vamos!

Saltamos na descida, juntos, Kira se jogou com tudo, como se estivesse se jogando em meio ao mar, as pedras e árvores inicialmente em seu caminho foram apenas destruídas, com enorme força. Minha estratégia, no entanto, não havia surtido tanto efeito quanto esperado, tentando deslizar pelo terreno macio da neve, acabei não alcançando a velocidade que normalmente um ninja alcançaria.

Tentando recuperar a distância perdida, mudei minha postura, inclinando meus joelhos em direção aos meus pés e então saltando com enorme força, usando do impacto para ganhar velocidade. Enquanto descia, evitava as pedras facilmente desviando de sua rota de colisão. Um pouco a minha frente, uma pequena sequência de árvores, como uma minifloresta. Novamente usei do impacto dos meus pés para alcançar o topo da árvore, saltando entre elas e usando a altura da última para diminuir ainda mais minha distância com a de Kira.

— Kira?! — enquanto tentava passar o jounin, notei que não estava o vendo em meu campo de visão, minha mente naquele momento se dividiu entre: eu o passei ou ele já chegou à linha final. Distraído, não percebi a enorme pedra a minha frente até os últimos segundos de colisão, evitá-la seria impossível e por nenhum motivo especial eu queria usar da minha força para aquilo. Reuni o restante da minha força em meus pés, dando um longo salto por cima da pedra, passando-a sem muito problema.

Do outro lado, a linha de chegada final. Kira já estava lá, parado, esperando minha chegada com um cronometro na mão. — Vinte segundos. — por mais que normalmente eu entendesse suas falas curtas e direta, aquela não me parecia tão clara. — Foi o tempo em que eu o fiquei esperando depois da minha chegada. — concluiu ao notar minha expressão confusa.

Kira novamente assumiu sua posição de corrida, me encarando — Mais uma vez. Agora vamos subir. — disse, queimando a largada.

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Re: [T] RebornDom Jul 10, 2022 7:26 pm

Olá, Sariel!

Tenho certeza que em breve é o Sariel que estará a esperando por 20 segundos. Só lembre-se de fazer com que mais da sua postagem seja de fato, o treinamento. Das 793 palavras (menos que o mínimo, mas acredito que tenha sido algum erro do contador de texto), mais ou menos 300 foram de treinamento, algo inviável para um treinamento duplo. Entendo a necessidade do desenvolvimento prévio, mas tente no mínimo 50% ou 60% do texto como treino. Vou aprovar, mas tenha atenção nesse detalhe, okay?

+2 de Agilidade.

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Re: [T] RebornSáb Jul 16, 2022 7:01 am

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Uma semana havia passado da nossa chegada nas montanhas. O treinamento, por mais que intenso, não parecia ter aprimorado minhas habilidades da forma como eu imaginava, mas ao questionar isso a Kira, ele apenas dizia que nada era instantâneo e tudo estava formando uma melhor relação com meu próprio corpo. Eu não discordo, há tempos treinar deixou de ser uma necessidade com efeito imediato, mas sim um aperfeiçoamento, que de pouco-a-pouco eu notava quando minha vida era ameaçada em alguma missão.

O clima estava confortável, era noite e tínhamos passado o dia realizando alguns treinamentos envolvendo o uso de espadas, Kira não era nenhum mestre na área, então era quase como se ambos estivéssemos treinando, mas ele tinha muito mais a ensinar e praticar, enquanto eu apenas era um complemento para seu desenvolvimento.

Agora estávamos envolta da fogueira, eu me mantinha um pouco distraído, pensando sempre em Hina e Keitaro, e quanto mais distante ficava, mais Kira tentava me trazer de volta a conversa, com perguntas pessoais e diretas, que eu sempre respondia de forma sincera. Nossa relação havia evoluído bastante naquele tempo e isso me agradava.

Eu não sei em que momento parei de prestar atenção, mas quando Kira me chamou, eu o encarei em surpresa. Os olhos escarlates desenhados em três virgulas eram revelados, por alguns segundos eu me enganei achando que era apenas mais um passo em nossa relação, mas sua fala me alertou do inevitável. — Desculpa... — junto a sua voz eu senti meu corpo despencar.

Em um segundo eu não estava mais na montanha, mas sim em queda livre do céu, pousando com força em meio ao chão arenoso, por mais que houvesse sido uma grande queda, nenhuma dor era sentida, eu não conseguia compreender o que estava acontecendo, mas quando olhei para frente notei a ausência do inverno, estava numa praia, a água quase alcançava os dedos do meu pé, mas ainda não possuía força suficiente.

O céu estava coberto de nuvens e toda luz que iluminava a terra parecia avermelhada. Vi as ondas se formarem e se quebrarem no horizonte sem transmitirem som algum, sua voz foi a única coisa audível em meio ao silêncio total. — Essa é minha maior criação. Para ser mais exato, meu melhor genjutsu. — de um momento para o outro, tudo parecia se encaixar, Kira havia me prendido em um genjutsu e talvez aquele fosse somente mais um treinamento ou talvez não.

— Sariel... eu serei direto. Por que você esconde sua verdadeira linhagem? Seus registros não relatam suas verdadeiras habilidades, nem você e nem sua mãe carregam o sobrenome Uchiha e mesmo assim, quando necessário, você esbanja os olhos escarlates como se tivesse posse absoluta sobre eles. — suas palavras soavam tão confusas quanto seu questionamento, mas enquanto falava, mais sentido as suas palavras ganhavam.

Era uma resposta tão simples, mas nunca havia passado por minha cabeça que o que acontecia em meus olhos provinha de alguma linhagem, eu sequer havia parado de frente a um espelho e observado as características tão óbvias que o clã Uchiha carregava. Mas eu não era um Uchiha, minha mãe não era uma e meu pai... ele também não era.

— Eu... eu não sou um Uchiha. — a resposta saia em um tom cabisbaixo, confuso, representando exatamente como eu me sentia naquele momento. Com minha resposta, o céu reagiu, quebrando-se enquanto a areia parecia afundar meu corpo nela, uma enorme onda surgiu ao horizonte e meu coração começou a palpitar forte em resposta aquilo, assustado e completamente apavorado, eu sabia que era uma ilusão, mas de algum modo ainda não conseguia compreender e separar os efeitos daquilo da realidade.

A onda avançou e quebrou-se ao meio, mas ao cair não se juntou ao mar e sim forjou uma imagem que outrora ainda via em meus sonhos. Hina estava lá, junto com uma versão mais jovem minha, estávamos treinando enquanto ela me contava as histórias e missões que meu pai havia prestado a Kumogakure. Kira estava tão concentrado quanto eu estava nostálgico com aquele momento, lagrimas escorriam do meu olho que inconscientemente havia se transmutado em uma cópia inferior aos do jounin, revelando mais uma vez a habilidade Uchiha.

Aos poucos o ódio começava a se espalhar pelo meu corpo, a forma como Kira brincava com minhas memórias, com meus pensamentos, me prendendo naquele mundo e manipulando meus sentimentos como queria, ele havia rompido algo que talvez nunca mais iria poder ser restabelecido, eu me sentia perdido, amedrontado, mas principalmente traído.

— Você não tem o direito. — as palavras dessa vez saiam confiante, como haviam de ser.

Kira me encarou, ignorando minha revolta. Eu ainda estava preso na areia, e todas as tentativas de me soltar eram inúteis. As ondas novamente se formaram, dessa vez se moldando em uma memória ainda mais antiga, talvez a memória mais antiga que eu tinha em minha consciência. Era a primeira vez que eu havia perguntado sobre meu pai para minha mãe, por mais que eu não me lembrasse exatamente, seu rosto parecia assustado, como se eu a tivesse surpreendido com algo.

A memória parou-se antes que as palavras de Hina fossem ditas, e Kira agora novamente se direcionava a mim. — Entendo. Isso faz mais sentido. Você não é o mentiroso aqui, mas talvez, se sua mãe acordar, ela tenha muito a lhe contar, garoto. Mas você não vai simplesmente sair dessa, Kumogakure sabe sobre você, e eles estão curiosos para entender por que diabos um Uchiha estava escondido em seu vilarejo por tanto tempo. Seu pai não existe garoto, não como ela contou, seus registros não mencionam ninguém além de sua mãe, ela chegou ao vilarejo sozinha e implorou por abrigo e você é registrado como um clã qualquer sem nenhuma habilidade especial ou algum prestígio. Eu me responsabilizei por você e prometi descobrir a verdade, mas eu não sei exatamente como eles vão reagir a isso. Sua mãe cometeu um crime grave, por mais horrível que seja ouvir isso... é uma sorte que ela não esteja acordada. — eu nunca havia visto Kira daquela forma, tão sério quanto preocupado, mesmo assim suas palavras só inflamavam mais e mais a raiva que eu estava sentindo dele, a revolta por sua desconfiança.

Eu me sentia usado. Quando suas palavras citaram o coma de Hina, meu corpo reagiu em um ódio absoluto, eu senti o chakra correr através dos meus olhos, ascendendo a um novo estágio. Todo aquele mundo era visível como chakra puro, aquilo não passava de uma ilusão em minha cabeça. Olhei em todas as direções, notando que em alguns pontos o chakra parecia mais intenso e em outros pareciam pequenas fagulhas, como se fossem falhas e brechas em sua técnica. — Garoto? — Kira tentava chamar minha atenção, mas naquele momento eu apenas queria deixar aquele lugar.

Na academia tínhamos aprendido o básico, por mais que eu nunca tivesse desenvolvido nenhuma capacidade ou habilidade combativa relacionado a genjutsu, eu ainda entendia e compreendia o básico da estrutura de uma técnica ilusória e tinha domínio sobre a mais básicas das técnicas de dissipação. De frente a Kira, realizei a primeira tentativa. — Genjutsu Kai! — respondi em alto som, tentando me aproveitar das brechas visíveis. Kira suspirou, observando meu fracasso. — Não será uma tarefa fácil, mas se você se acha capaz, que encontre seu próprio jeito de sair. — suas palavras se tornaram tão distante quanto sua aparência.

Kira havia desaparecido.

O sharingan parecia capaz de identificar as falhas, mas não era o suficiente para romper com a ilusão, eu precisava de algo a mais. Olhei ao lado, encarando a memória paralisada, como se quisesse que ela continuasse, era, além de tudo, reconfortante ver Hina tão viva, tão energética e adorável comigo. A memória então continuou, como minha vontade. Pensei, em um raciocínio rápido, que o genjutsu estava diretamente relacionado a minha mente e que de alguma forma eu podia possuir algum controle mínimo sobre ele. Me imaginei, convicto, livre da areia que me prendia e segundos depois eu estava novamente livre.

Comecei uma pequena caminhada, fechando os meus olhos enquanto me concentrava em todas aquelas memórias que havia visto, lagrimas ainda escorriam sobre meu rosto e de forma falha eu as limpava de pouco-em-pouco.

Dissipei as memórias de meus pensamentos, concentrando em imaginar o fim da ilusão, novamente realizando o selo de mão necessário e exclamando, em um grito abafado e tímido — Genjutsu Kai! — quando meus olhos se abriram novamente, eu estava livre, no mesmo lugar de antes, como se apenas alguns segundos houvessem passado.

Kira havia sumido, olhei para trás e sua barraca também não estava mais lá. Senti o chakra que corria em meus olhos e tudo parecia tão percebível, tão compreensível, era como seu tivesse alcançado um novo estágio daquelas habilidades. Suspirei, me permitindo terminar de absorver tudo que havia acabado de descobrir. Levantei-me, decidindo que deixaria a montanha apenas pela manhã e que as demais necessidades também seria um problema para um outro dia.

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Re: [T] RebornSáb Jul 16, 2022 5:18 pm

lOlá, Sariel.
Foi um texto muito bonito, embora também de muito peso. Bonitas descrições, e emocionantes também. Tomaria um pouco mais de cuidado com o tamanho dos treinamento, esse está seguro e dentro do viável, mas esse seria um treino excepcional se tivesse mais parte descrevendo o treinamento em si. Ótimo treino, parabéns!

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Re: [T] RebornSáb Jul 16, 2022 9:09 pm

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A ventania daquela manhã permanecia intensa e constante, como se o clima estivesse tão bagunçado quanto meus sentimentos. Eu sentia os ossos do meu corpo tremerem com o frio, e quanto mais analisava a descida, mais me preocupava do perigo de descê-la sozinho. Transferi uma pequena parcela de chakra aos meus pés, ajudando-o a se fixar no terreno nevado. Estava carregando a enorme carga de bagagem que havia levado para aqueles dias, o que me deixava ainda mais inseguro.

Em passos curtos e delicados, comecei a descida. Para subir tínhamos levado cerca de duas horas, com cautela, mas para descer talvez o tempo aumentasse, principalmente em meio aquela pequena tempestade. O caminho mal havia começado até que me fui surpreendido com a tempestade se tornando ainda mais intensa. O ar que eu respirava parecia pesado e de pouco oxigênio, e o vento tentava empurrar meu corpo para baixo. Naquele momento, eu senti como se estivesse sendo atingido com pequenas pedras, e quanto notei, estava em meio a uma tempestade de granizo.

Toda aquela situação havia se tornado uma quanto perigosa. Por mais que fosse um ninja, as situações não eram ideais para prosseguir a viagem, mas voltar sequer era uma opção. Os olhos ascenderam na forma do sharingan, me permitindo uma maior percepção da massiva quantidade de granizo que caia.

Numa percepção rápida, saltei meu corpo para frente, evitando um enorme granizo, pousando gentilmente a poucos centímetros de um galho quebrado no chão. A viagem tornou-se aquilo, um jogo de percepção e movimento, observava a chuva de granizo avançando e calculava qual era o melhor lugar para pousar, analisando sempre a gravidade das ondas de granizo.

Mesmo com movimentos rápidos, era notável os hematomas que começavam a surgir em meu corpo. Eu ainda estava lento e naquele ritmo ainda demoraria muito para que eu alcançasse o início da montanha. Suspirei, preenchendo toda a extensão do meu corpo com auxílio de uma técnica básica que havia desenvolvido na academia, ampliando a agilidade dos meus movimentos para então iniciar uma corrida contra o tempo.

Avancei rapidamente, administrando o peso sobre meu corpo enquanto seguia evitando os granizos maiores, usando da minha bagagem para aliviar qualquer resquício que ainda minha atingia. Meus movimentos eram acompanhados de saltos longos que me ajudavam a alcançar rapidamente os pontos de melhor abrigo.

Daquela forma o que antes haveria de demorar cerca de meia hora, logo se tornou menos de dez minutos. No momento em que estava próximo da chegada, os olhos escarlates notaram talvez o maior dos granizos, mas diferente dos outros, ele não seria tão facilmente evitável, estava no meio do ar, jogando-me em sua direção, um pequeno erro na estratégia que havia formado.

Aterrissei a milésimos de segundos para que o granizo me atingisse, havia inúmeras maneiras de lidar com aquilo, mas meu raciocínio estava focado em manter a estratégia que tinha funcionado até ali, foi então que em um movimento praticamente automático, joguei-me para trás ao mesmo tempo em que concentrei uma pequena quantidade de chakra em meus pés, o usando para me jogar para trás, colocando mais uma vez a bagagem em minha cabeça para evitar os granizos restante.

Após o susto, conclui minha descida, finalmente chegando no pé da montanha. Naquele momento, o céu deixou as nuvens partirem e um sol aqueceu aquele inverno, me forçando a uma boa risada, questionando o quanto azarado podia ser. — Keitaro vai amar essa... — disse, esquecendo um pouco os demais pensamentos que me assombravam.

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Re: [T] RebornDom Jul 17, 2022 2:04 pm

Olá, Delrey
Esse foi um treino muito criativo, e eu realmente gostei do desenvolvimento e descrições que você deu. Ficou muito bom, parabéns!

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Re: [T] Reborn