Andando de modo estranho e muito suspeito, Isabel chegou na caverna-esconderijo. Vestia-se com roupas novinhas, ainda com aquele característico odor de roupas recém-compradas, e os cabelos negros, agora parcialmente em virtude da raiz já esbranquiçada pelo tempo, cobrindo uma testa guarnecida por bandagens. Ela queria desabar sobre os joelhos, gritar aos quatro ventos sobre o quão frustrante era não saber se a mãe estava viva ou morta. Queria ser menina outra vez, poder chorar sobre as feridas que decoravam a carne e ser cuidada pela irmã mais velha. Mas em território inimigo nada daquilo era possível. Tudo o que lhe restava era a máscara de frieza e profissionalismo, segurada pelas mãos trêmulas de uma criança nova demais para a tanta experiência de vida que agora pesavam em seus ombros. Alianças improváveis, traições, experiências macabras, traição; tudo aquilo se amontoava como uma pilha de problemas que se tornava grande demais para que Isabel escalasse sozinha. As vezes se sentia como um cadáver afundando em mar aberto, levado em silêncio pelas correntes marítimas até o mais profundo do oceano.

Conforme a luz do lado de fora ia ficando para trás, Isabel entreviu uma silhueta rosácea familiar. Era Suzue, a outra infiltrada. Vê-la depois de noites tão difíceis era um alívio, mas sabia que teria de ouvir um ou dois monólogos antes que finalmente pudesse descansar. Procurando precaver-se de ao menos uma dessas broncas, a menina saiu bem cedo e tratou de comprar roupas novas na vila. Eram longas e confortáveis, recobriam grande parte da pele e escondiam os ferimentos. Como um bônus, aqueciam-na nos dias e nas noites geladas do País da Água. A Uchiha corrigiu sua postura e os passos descompassados, buscando fingir ao máximo que seu corpo não era uma grande bagunça. Suzue não precisava de outra preocupação. Já devia estar suficientemente estressada com toda aquela vigilância e tormento que acompanhavam uma missão de infiltração. — Hey, Suzi! — Isabel falou com um sorriso.  

Isabel  HP: 900/1000, Chakra: 2137/2350

Importante:

Armas:

Técnicas:

Isabel soltou um grunhido semelhante a um gemido. Os músculos lacerados pelo murro do humanóide modificado ainda doíam muito e a menina não resistiu ao estimulo negativo da outra. Ela arregalou os olhos para a Senju. Que barulho vergonhoso foi esse? Astræa comentou jocosamente. Isabel imaginou que precisava de uma desculpa rápida, suficiente para que convencesse a Senju de que tudo estava bem. Não estava mentindo, uma vez que de fato as coisas ficariam bem... em alguns dias. — Desculpa, estou com soluço. — Disse ela, coçando os cabelos da cabeça enquanto ria de vergonha.

Isabel  HP: 900/1000, Chakra: 2254/2350

Importante:

Armas:

Técnicas:

Isabel era como um pássaro de asas quebradas. Se anteriormente alçava voo sobre os vis intentos do submundo de Kirigakure no Sato, agora era um mero filhotinho amedrontado, cujas asas se racharam com o abrupto bater das asas em uma noite tempestuosa. E diante do convite da kunoichi das madeixas rosáceas, o pequeno pardal se recolheu ao silêncio. Não haveria ali uma razão de se discutir. E nem poderia. Os músculos ainda não resistiam o peso do próprio corpo; ardiam em dor todas as vezes em que queria dar um passo maior do que as próprias pernas. Quando Suzue ofereceu o suporte do seu corpo, era como se o peso de mil sóis deixasse de pesar sobre os frágeis ombros da Uchiha.

— Obrigado... — A voz sussurrou como se adornada por navalhas. Caminharam juntas em meio ao breu da caverna, em respeitoso silêncio, guiadas unicamente pelas passadas firmes e determinadas de Suzue. Agora que parara para refletir, Isabel se dera conta de que a menina agia com mais impulso, firmeza se pudesse dizer. Não sabia dizer como e nem o porquê, mas sabia que alguma coisa havia mudado em seu âmago. A Uchiha deixou que a mais velha lhe levasse até um pequeno acento de pedra, usado por elas para descansar após horas de treinamento, e então entregou um olhar preocupado à Senju. — Coisas... problemáticas aconteceram... — Ela interrompeu a frase com uma crise de tosse. Falar demais doía tanto quanto mover-se sozinha, aparentemente. — Descobri coisas ruins aqui na Névoa. Pessoas inocentes tem sumido e poucos tem feito perguntas. Precisamos fazer alguma coisa, agora. — Não era do feitio de Isabel recorrer à melhor amiga, mas não haviam muitas mais pessoas que entendessem na pele o desespero de carregar o sucesso de uma missão tão importante e custosa à vida dos outros.

Isabel  HP: 900/1000, Chakra: 2350/2350

Importante:

Armas:

Técnicas:

A mais nova segurou a manta com ternura e se enrolou como se moldasse um castelo de cobertores sobre seu corpo. Diante da súbita demonstração de afeto, as maçãs das bochechas de Isabel se ruborizaram e ela desviou o olhar de Suzue, procurando distração em algum lugar sobre o terreno rochoso. Seu vocabulário sempre se mostrou exemplar e suas redações recebiam as melhores notas na academia ninja, mas por algum motivo naquele momento parecia um grande desafio montar uma simples frase de agradecimento. — É... — Era perceptível em seu rosto o esforço, tão evidente que as sobrancelhas se fechavam em frustração por não conseguir exprimir seus sentimentos. — O-obrigado... por cuidar de mim.

Isabel  HP: 900/1000, Chakra: 2350/2350

Importante:

Armas:

Técnicas:

Importante. Um beijo na bochecha. Importante. Um beijo na bochecha. O ato seguidamente da fala reverberaram sobre a mente da Uchiha como se uma corrente de fogos de artifícios estourasse uma após a outra, criando caminhos de luz através dos neurônios da menina e desenvolvendo uma série de perguntas misturadas a sentimentos e sensações desconhecidas. Isabel ainda era muito nova e inexperiente para ter ideia do que se passava ali, e acabou deixando-se levar pelos impulsos mais tolos e primitivos que dominavam a psique humana. Seus olhos encontraram-se com as esmeraldas verdejantes ardendo vívidas nas íris de Suzue e somente então ela percebeu que aquela provavelmente era a sua segunda cor favorita, tirando o rosa dos cabelos da menina. E no mesmo momento em que aquilo passou pela sua cabeça, percebeu que tinha anotado mentalmente mais coisas que gostava da Senju do que havia notado. — V-você... — Isabel precisava dizer algo urgentemente antes que os sentimentos lhe fizessem explodir de tão acumulados e empilhados que estavam em sua mente. — Beija as pessoas que são importantes para você? Tipo... num filme de romance? — A pergunta era estupidamente inocente, mas a única coisa que um cérebro tão confuso era capaz de raciocinar e verbalizar.

Ela se levantou com alguma dificuldade, cambaleando entre ambos os pés mas determinada em seguir na direção da menina. — Nesse caso eu também... ué... — E naquele momento o pior aconteceu. As forças finalmente abandonaram o seu corpo e a menina sentiu-se pesada demais para manter-se de pé. Os pés se embaraçaram um no outro e ela tombou, caindo com o rosto e uma parte do torso sobre a própria companheira, como um objeto pesado caindo no chão.

Isabel  HP: 900/1000, Chakra: 2350/2350

Importante:

Armas:

Técnicas:

Depois que as forças dos músculos se esvaíram, era a vez da sua mente. A menina sentiu os olhos pesarem e a visão ficando cada vez mais embaçada. Num reflexo, o corpo se encolheu levemente sobre as pernas da Senju, como se aconchegasse a cabeça ali. Isabel deu um sorriso à mais vela, enquanto ainda era capaz de ouvir e pensar sobre o que havia dito. Um sorriso sincero, mais do que geralmente costumava dar. — Se fosse como nos filmes.... acho que teríamos que nos casar, né.... e não... seria ruim.... — E enfim, a menina perdeu a consciência, após dizeres que não demonstravam nada além de inocência e carinho pela amiga, bem como ensinamentos... estranhos e fora de horário por parte de Alice, sua irmã mais velha.

Isabel  HP: 900/1000, Chakra: 2350/2350

Importante:

Armas:

Técnicas:

Primeiro estava em um mar profundo, mas de repente foi puxada por uma força invisível, que arracanva-lhe de dentro das entranhas de um sonho morno e lhe atirava novamente à realidade. Quando acordou, Isabel tinha os ferimentos adornados por faixas brancas de tal forma que o contato com o ar já não doía tanto. Piscou algumas vezes, sentindo as pálpebras ainda pesadas com o recente sono, e esfregou os olhos para que fosse retirada alguma poeira do fundo da caverna. Quando seus olhos correram à silhueta disposta ao seu lado, não se deu conta do quão constrangedor era que dormissem tão próximas e só deu um sorriso.

— Bom dia.

Isabel  HP: 1000/1000, Chakra: 2350/2350

Importante:

Armas:

Técnicas: