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O Novo MundoTrama Atual

Após uma longa e devastadora batalha contra o Imperador Iedolas Aldercapt, Isabel Uchiha emergiu vitoriosa, sendo coroada como a nova Imperatriz de Nilfheim. Como uma de suas primeiras ordens, a nova monarca ordenou o recuo das tropas do leste, dando um fim àquele terrível conflito.

Infelizmente, a vitória não foi gratuita. O trono fora conquistado através de perdas irreparáveis, e agora a salvadora do oeste guardava do mundo um segredo importante.

Enquanto isso, envenenado e escolhido pela escuridão, Orion Noctilucent tornara-se avatar de uma entidade maligna vinda do mais profundo abismo de Elyos, convicto de que é chegada a hora da verdadeira invasão demoníaca.

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Hyorin
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[T] DelusionalQua Jun 22, 2022 3:45 am


Treinos — Ano 1245
> Aqui se passarão os treinamentos de Nara Susume, de forma atemporal. O cenário destes variam, de acordo com a construção do texto e do objetivo da missão. Como padrão, todos acontecimentos se passarão no verão de 1245, a não ser que seja especificado o contrário.
Hyorin
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Hyorin
Genin de Kumogakure

Re: [T] DelusionalQua Jun 22, 2022 5:17 am

Droga.  

Eu odiava as quartas-feiras. Tudo bem que o Ito adora, afinal de contas, sempre trago alguma coisinha para ele comer quando vou ao mercado, mesmo que ele acabe jogando tudo no chão depois... Tenho sempre a impressão de que ele nem sequer toca na comida, mas mesmo assim, ele fica martelando na minha cabeça o tempo inteiro o fato de que ele está faminto e precisa comer. Esse passeio em questão se provaria mais desafiador que os outros. Por opção, escolhi uma região mais isolada de Kumogakure para morar. Se tem algo que me proporciona alívio, é abrir a porta do meu pequeno apartamento e perceber que não existe uma alma viva sequer ao meu redor, e o vendedor do mercadinho da esquina a 200m é cego e murmura apenas coisas quase inaudíveis, então comprar com ele é tranquilo, porque eu não preciso falar... Caramba, como eu odeio falar com as pessoas, odeio que me toquem, odeio chegar perto. Na verdade, poucas pessoas sabem disso, mas tenho medo, desconforto. Se eu não priorizar minha segurança, quem irá? Melhor ficar longe, todos são agressores em potencial. Ito sempre bufa de raiva no meu ouvido e diz que eu estou sendo paranoico, eu já falei pra esse rato estúpido parar de me chamar de louco, mesmo que ele seja meu melhor amigo, não admito que ele me fale qualquer coisa.  

- O mercado da esquina está fechado hoje, Ito. - O meu maior pavor, estava acontecendo. O mercado mais perto daqui é quase na avenida principal de Kumo. - Ou você faz as compras hoje, ou nós vamos passar fome. - Eu disse a ele.  

Ito me observava taciturno no pequeno bidê ao lado do futon em que eu estava deitado. Entre uma piscada de olho e outra, quase sempre tenho a impressão de que Ito está sumindo, as vezes ele está meio elusivo inclusive, quase como se ele fosse um ser etéreo ou algo assim. Se eu não o sentisse caminhando por cima de mim a noite, teria certeza que ele sempre fora algo da minha cabeça. Ito não era de muitas palavras, mas a minha recusa em ir ao mercado e trazer comida pra ele acarretou em vários murmúrios quase incompreensíveis no meu ouvido.  

- Eu vou no mercado, mas você vai arrastar o lixo da cozinha pra fora pelo resto da semana. - Falei com o maior tom de desânimo que pude. Precisava expressar minha insatisfação de encarar uma multidão de pessoas no centro de Kumo. - Não tem negociação. - Ito pestanejou, provando que é o único rato que eu conheço que tem pavor de lixo.  

Eu sabia que ir ao mercado seria a coisa mais difícil que eu teria de fazer nos últimos 6 meses, fora aqueles treinamentos estúpidos da academia que me tornaram um Genin. Teria de atravessar muitas quadras até chegar no centro, e teria de fazer isso da forma mais furtiva e sorrateira possível. Teria de minimizar os riscos de interação humana o máximo que eu pudesse, me esgueirando pelos becos e pulando pelos telhados sem que eu fosse percebido pela população aos arredores. E não para por aí, aquele mercado sempre tem um movimento apavorante, pelo menos pra mim... só de pensar nas pessoas esbarrando em mim, tenho calafrios. Se eu apenas tivesse comprado ontem...

Com um suspiro, levantei agarrando meu casaco que estava pendurado a porta, lavei o rosto, tomei um copo d’água e fui em direção a porta, batendo-a logo atrás de mim quando sai do apartamento. Como de costume, nenhuma alma viva, suspirei aliviado. 

Iniciei o trajeto da melhor maneira que pude. Aos arredores do conjunto de apartamento onde moro existem algumas árvores extremamente altas, um tipo de flora que é adaptada para a alta altitude e frio de Kumo. Iniciei meu trajeto me esgueirando silenciosamente pelo beco entre meu apartamento e outro ao lado, pulando em direção a floresta logo que cheguei na parte de trás. Dentre as árvores, era possível avistar grandes prédios do outro lado da dita “floresta”, que não era muito densa.

- E lá vamos nós. - Engoli em seco, tomando meu primeiro salto até alcançar o galho mais baixo da primeira árvore.  

Os próximos minutos foram uma extensa sequência de saltos entre as árvores, que eram relativamente distantes uma das outras. Era a primeira vez que eu fazia esse trajeto, e eu já começava a me arrepender de ter escolhido ele. Digo, talvez não... Melhor ficar cansado do que ter que passar por uma multidão de gente pra comprar comida.  

Cada salto que eu dava de um galho no outro necessitava de um frio cálculo de impulso nas minhas pernas para que eu alcançasse o próximo, que muitas vezes estava a metros de distância. Alguns galhos eram extremamente curtos, então eu necessitava ser extremamente rápido ao pisar neles, ou eles cederiam se eu me prolongasse. Ao passo de tudo isso, estava evitando de fazer barulho para que eu ficasse inaudível para qualquer coisa que pudesse estar passando embaixo das árvores. Claro, qual era o maluco que possivelmente estaria na floresta nessa hora da manhã de uma quarta-feira? Provavelmente ninguém, mas eu com certeza não me arriscaria a ter uma interação ali.

Apertei o meu passo e pulei no que parecia ser a penúltima árvore, e escutei um breve “creck”. A próxima sensação que eu tive foi uma descarga de adrenalina causada pela gravidade que me puxava para o chão e fazia eu sentir meu coração pulsar contra meu tórax, eu estava caindo. Meu visual estava para cima, mas eu sabia que se eu utilizasse o peso do meu corpo de forma inteligente, eu poderia alcançar o galho mais baixo da última árvore da frente. Em um milésimo de segundo após sentir meu corpo caindo, utilizei o resquício de impulso que havia do galho quebrado para semi-impulsionar meu corpo como um míssil em direção ao galho mais inferior da árvore a frente. O excesso do impulso fez o galho pender para baixo, mas como era calibroso, não cedeu. Brevemente suspirei e me reestabeleci.

- Uma queda de mal jeito nessa altura e você não teria mais um amigo, Ito. - Suspirei e me ajoelhei, me impulsionando para os galhos inferiores da mesma árvore que eu estava.  

Ao chegar no galho mais baixo, já estava bem próximo do telhado de um dos prédios da avenida principal de Kumo. A partir dali precisaria ser extremamente cauteloso, pois o local estava cercado de pessoas de cabo a rabo. Suspirei novamente, como forma de encorajar a mim mesmo, e saltei em direção ao telhado. A avenida era ampla, cheia de prédios altos com inúmeras sacadas, e em algumas delas, estavam pessoas estendendo roupas, ou até mesmo senhoras sentadas em cadeiras de balanço esperando o dia passar. Usar as sacadas para chegar até o mercado não era uma solução, eu precisaria usar os telhados sem que os moradores percebessem, ou eu poderia ser confundido com um assaltante ou algo assim. A galera de Kumo não gosta muito de assaltantes... Queriam cortar a mão do menino da academia porque ele havia pego uma laranja do quiosque a um tempo atrás.

Sem me prolongar muito nos pensamentos, pulei em direção ao próximo telhado e mais alto que estava à frente, tentando ao máximo utilizar a brisa para aparar o peso do meu corpo e pousar sem fazer barulho. Ao pousar, segui sem fazer barulho e tomando o maior cuidado que eu conseguia ao passar perto de sacadas. Estava quase lá, e não precisei nem passar do lado de ninguém. Bom, se eu fosse uma pessoa normal, poderia apenas utilizar as avenidas e não ficar me escondendo igual um rato...

Escutei um murmúrio muito alto no pé do meu ouvido.  

- Não quis te ofender, Ito. - Sorri de meia boca. - Me desculpa.  

Segui adiante até chegar no ultimo telhado, que dava de frente para a avenida. Eu sabia que pela localização, o mercado estava no térreo do prédio em que eu estava. Fui pela direita deste mesmo telhado onde existiam alguns encanamentos de metal que saiam da calha e chegavam até o chão em um beco ao lado do mercado. Utilizando da minha velocidade, fiz rápidos movimentos me agarrando do cano e a parede do prédio vizinho, fazendo uma espécie de zigue-zague deslizante até meus pés encontrarem o chão de forma silenciosa.

Bati um pouco a poeira da minha roupa e olhei a frente. A avenida estava lotada, mas para minha sorte, o mercado não estava tão cheio como de costume. Se eu fosse ainda mais rápido, poderia sair de lá antes que entrassem mais pessoas. Não fazia sentido voltar atrás agora, e em nenhum momento eu encontraria um cenário melhor que esse no mercado, então apenas segui em frente. Puxei minha touca e cobri o meu rosto de forma a diminuir a atenção das pessoas sobre mim, e me esgueirei pela lateral da parede para dentro do mercado. Algumas pessoas estavam escolhendo vegetais na parte mais externa, fui diretamente em direção a parte mais funda, passando como o vento por dentre as prateleiras e pegando tudo que eu podia carregar em ambos os meus braços. Não estava pensando muito, mas sabia que ao menos eram coisas comestíveis.  

A sensação de desespero começava a tomar conta de mim naquele cenário suntuoso, mais pessoas adentravam no mercado ao segundo que eu me deslocava ali dentro, daqui a pouco ficaria impossível sair dali sem tocar em alguém. Me esgueirei por dentre as prateleiras e peguei uma cesta de madeira que estava em uma pilha ao lado do caixa, joguei tudo que eu havia pego nos braços ali dentro. Segui para fora do mercado em direção ao dono da venda, que estava na porta receptando o pagamento, no caminho peguei mais algumas coisas que julguei necessárias para a semana e como um avião passa, despejei uma quantidade suficiente de Ryous na mão do velho e gesticulei com as mãos para explicar que estava com pressa. Ele até tentou dialogar, mas quando proferiu a primeira sentença, eu já havia metido o pé em direção ao beco ao lado do mercado. Provavelmente havia ficado no prejuízo com meu desespero, mas estava com a minha comida e tinha sobrevivido com o mínimo de interação possível... Vitória. Subi novamente o encanamento e repeti o mesmo trajeto em direção ao meu apartamento, dessa vez tomando o dobro do cuidado para não pisar em galhos frágeis no trecho das árvores. Cheguei na minha porta arfando, implorando por água e esgotado fisicamente. Em partes eu me gratificava pelo meu feito, havia conseguido meu objetivo, mas eu mesmo tempo, pensei que uma compra não seria um desafio tão grande se eu apenas fosse uma pessoa normal.
Nara Susume | HP: 100/100 | CH: 100/100  

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Hyorin
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Re: [T] DelusionalQua Jun 22, 2022 11:49 am

Olá, Hyorin.
Gostaria de frisar o quanto eu achei criativo e interessante o desenvolvimento e pensamento por trás desse treino, realmente me prendeu de diversas formas e me deixou muito curiosa para ver mais dos seus treinos e desenvolvimentos. Em questão de detalhes, eu diria para narrar mais um pouco mais a parte física e as dificuldades do movimento, mas com certeza foi um treino muito bom e me convenceu a acompanhar seu personagem. Parabéns!

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Suzue
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Hyorin
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Re: [T] DelusionalQui Jun 23, 2022 6:00 am

Cheguei no campo de treinamento naquele dia o mais cedo que consegui. Como sempre, quando tiro um tempo para aprimorar minhas habilidades, prefiro que seja sozinho, treinos em grupo são um tanto quanto confusos... Entendo que sejam necessários, mas na maior parte das vezes, prefiro me aprimorar sozinho. Ito já costuma ser uma companhia suficientemente boa, mesmo quando fica martelando bobagens no meu ouvido. Me afastei o máximo que consegui para as bordas do campo, onde já se encontra o início da mata densa, e sem pestanejar, coloquei meu capuz, escondi o rosto e entrei na floresta. Estava um dia silencioso por ali, geralmente quando você faz um ou dois minutos de silêncio, é possível escutar diferentes tipos de animais borbulhando pela floresta, mas não nesse dia. Se eu quisesse achar um alvo, teria de me concentrar mais que o de costume.  

Me locomovi para o corpo d’água mais próximo que encontrei. Lembro de ler uma vez na academia que é mais fácil de achar alimento próximo a riachos e afins, pois os animais se deslocam até lá com frequência para matar a sede. Olhei para a árvore mais alta e calibrosa que encontrei ao redor do riacho, concentrei força nas minhas pernas, curvando-as em sequência e impulsionando meu corpo em direção a copa da árvore. Agarrei o primeiro galho que meus braços alcançaram e puxei o resto do corpo para cima, me posicionando no L entre o tronco principal da árvore e o galho em que eu estava. Deste momento em diante fechei meus olhos e entrei num estado de concentração, me atentei apenas aos sons que eu conseguia escutar no ambiente, separando-os daquela sinfonia natural que a floresta me trazia. Nesses momentos, eu sentia que ter medo das pessoas não era tão ruim, porque quando você passa 90% do seu tempo evitando as pessoas e diálogos, é natural que preste mais atenção nos sons do ambiente, e por esse motivo, minha audição fazia essa separação funcionar quase como receita de bolo.

A estridulação dos grilos, o coaxar dos sapos, o bater de asas incessante das libélulas, pernilongos, o farfalhar da brisa sobre a copa das árvores, o canto dos pássaros... Eu não era nenhum especialista, mas podia dizer que existia mais de uma espécie por ali só pela diferença de ritmo em cada canto. Até onde meu ouvido alcançava, conseguiria facilmente diferenciar uns 5 tipos, talvez até mais. Era possível até ouvir a terra sendo batida e a grama sendo amassada por animais de pequeno porte que pouco me interessavam. Depois de alguns minutos prestando extrema atenção, escuto um chacoalhar nos arbustos perto de mim. Existia muita vegetação abaixo dos meus olhos, não conseguia definir com clareza, mas o som com certeza veio da minha direita. Da maneira mais furtiva que consegui, posicionei minhas mãos no tronco e apoiei o peso do meu magro corpo sobre elas para evitar que meus sapatos fizessem barulho ao encostar no tronco, girei meu corpo lentamente para a direita até que o meu campo visual frontal agora fosse completamente preenchido pelo o que antes, era a minha direita. Abaixei lentamente as pernas, me debruçando sobre o tronco para evitar de fazer barulho. Fixei os olhos onde o meu campo de visão alcançava, e fiquei procurando pelo movimento não natural das folhas dentre os arbustos. A mata era densa, a visão era dificultada pela pouca entrada de luz na mata, a parte mais próxima do chão era mais escura, e, portanto, qualquer pessoa que não estivesse prestando atenção não seria capaz de visualizar as folhas se mexendo as 3 horas do relógio, cerca de 6 metros à frente. Pelo padrão de movimento da folhagem, poderia dizer com 90% de certeza que ele estava indo em direção ao riacho, provavelmente em busca de água.  

Minha mente entrou em um turbilhão, eu não tinha informações de qual animal era ou se ao mesmo eu seria páreo para ele, mas coloquei em prática tudo que havia aprendido na academia sobre furtividade. Prestei atenção mais uma vez nos sons ambientes e no padrão que o canto estridente dos pássaros próximos fazia. Fui descendo aos poucos da árvore com o maior cuidado que encontrei, trocando mãos e pés com a frequência mais adequada que encontrei para que fosse extremamente silencioso, ao mesmo tempo em que eu tentava sincronizar meus movimentos com o padrão do canto, visando minimizar qualquer ruído meu que o animal pudesse escutar, se afugentando no processo. Dentre as vegetações, procurei caminhos mais longos e alternativos, mas que não possuíam excesso de folhas e gravetos no chão, para evitar que meus passos denunciassem a minha posição. Quando estava a mais ou menos 4 metros de distância do animal, pude ver com clareza que se tratava de uma raposa adulta. Eu era no mínimo três vezes maior que ela verticalmente falando, então não deveria ser muito problema capturá-la. Certamente não mataria uma raposa, visto que nem sequer consumimos a carne desse animal, mas um animal tão atento e ágil com certeza era um oponente a altura para minhas habilidades de captura. Posicionei meu corpo de forma quadrúpede no chão, visando minimizar o peso que meu corpo colocava nas minhas pernas, prestando muita atenção no caminho e trocando sempre a posição das mãos pelos pés para me certificar de que não pisaria em falso causando barulho. Foi certamente uma decisão eficaz, até mesmo eu teria problema em me ouvir com o meu pouco peso sendo dividido em quatro membros diferentes, era quase como uma pena rastejando no meio da mata, se não me vissem, certamente não poderiam me ouvir.

Me aproximei da raposa de forma extremamente rasteira, a 2 metros de distância já podia sentir seu odor. Podia visualizar ela se locomovendo de forma lenta entre a vegetação, já bem próxima do corpo d’água que estava a 5 metros de mim. Ela estava de costas, mas era de se perceber porque o animal é considerado tão atento. Com as orelhas de pé para estimular a audição, eu podia praticamente sentir ela observando tudo em seu campo de visão. Reduzi o ritmo da respiração de forma drástica ao chegar mais perto, ao mesmo tempo que posicionava meu corpo para ficar de croques. Eu sabia que quando fosse dar o bote teria que fazer tudo de uma única vez: Soltar a respiração, pois sem ar, meus músculos não teriam força o suficiente para me impulsionar, e o próprio impulso causaria barulho. Precisaria ser extremamente ágil se quisesse me equiparar a raposa. Com o plano em mente, olhei ao meu redor mais uma vez para encontrar algo que possivelmente me ajudaria. Uma pedra. Agarrei a mesma com a mão direita e projetei a angulação do arremesso com a força que eu usaria para que a pedra caísse a esquerda da raposa, dando a impressão que existia alguma movimentação a sua frente, o que faria que ela mudasse a direção sentido a mim. Joguei a pedra que voou quase como se estivesse sendo largada no ar, com pouca força, pouco atrito, e pouco barulho. Enquanto ela estava no ar, projetei minhas pernas de forma silenciosa, enquanto puxava todo o ar que conseguia para meus pulmões, que nutriam todos os meus músculos com oxigênio.

No momento em que a pedra tocou o chão, uma série de gravetos respondeu ao som da batida, ocultando totalmente o som do meu impulso, ao mesmo tempo que chamou a atenção da raposa. Quase que como um reflexo automático, o corpo do animal virou em 360 graus enquanto já se impulsionava com as pernas traseiras, erguendo as dianteiras para dar um salto. Para a sua surpresa, a primeira coisa que ela enxergou foram meus dois braços se projetando para agarrá-la em um abraço que seria a minha declaração de vitória sobre a mesma. Meu rosto encaixou do lado esquerdo do pescoço da mesma, quando meus dois braços, um pelo lado esquerdo e o outro pelo lado direito do seu corpo, fechavam um abraço em suas costas. Curvando minha cabeça, finalizei meu bote com uma cambalhota, enquanto segurava a raposa em meus braços.

Certamente não era a menor das raposas, ela se debatia muito com a captura e até me arranhava no processo, mas não conseguiria me ferir de qualquer maneira. Dava para perceber que o animal estava bem infeliz com a captura, enquanto eu, me encontrava radiante. Esse teria sido até o momento o animal mais desafiador que capturei. Sorri pra mim mesmo em tom de satisfação com meu desempenho. Era muito mais fácil acreditar que eu era capaz em ambientes ausentes de presença humana. Soltei a raposa que correu imediatamente em direção a mata densa, bati a poeira do meu corpo enquanto novamente ajustava meu capuz e seguia em direção a minha casa.

Por alguns dias, fingir ser normal era o que me deixava feliz e satisfeito.
 
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Re: [T] DelusionalQui Jun 23, 2022 11:03 am

Olá, Hyorin.

Ultimamente tenho tido pouco tempo para ler os textos do fórum, de forma que fiquei muito feliz e animado ao ver uma narrativa tão imersiva quanto a sua. Coloquei uma música no estilo celta, me sentei no sofá e aproveitei o que pareceu ser uma espécie de viagem às profundezas da natureza, acompanhando seu personagem em sua jornada de caça à raposa. Você cadenciou muito bem momentos de pensamentos com ações, desenvolveu todo o processo de forma exemplar e como resultado criou uma história incrível. Parabéns! Lhe darei, adicionalmente, +1 ponto em sobrevivência.

[T] Delusional UARBAI3


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Re: [T] DelusionalSáb Jun 25, 2022 9:34 pm

Esse dia de fato não era regular. Lembro-me de estar precisando de dinheiro, e portanto me ofereci em alguma patrulha ou algo do tipo. Estava havendo uma grande feira em Kumogakure naquele dia em específico, e o trafego de pessoas estava incessante, insuportável e caótico. Por sorte, o trabalho que forá me atribuído podia ser feito apenas da posição de observância. Kumogakure tinha um povo muito pacífico, até mesmo quando a situação exigia medidas extremas, nunca vi uma situação progredir de forma violenta dentro da vila, ao que parecia, todos os cidadãos tinham muita consciência dos seus deveres e limites.

Lá estava eu, no topo do telhado onde era possível observar o movimento sobre todo o círculo principal da cidade, enquanto as pessoas faziam suas compras. Esse trabalho não era muito difícil, e eu já havia feito ele antes em outras ocasiões, já que essa feira acontece de forma periódica. Na minha cabeça, tudo se passaria como foi das outras vezes: eu passaria o dia observando e iria para casa com meu dinheiro. Mas naquele dia em questão as coisas tomaram um rumo um tanto quanto... estranho. Era de se notar que havia uma hostilidade ímpar no ar, as pessoas estavam mais agitadas que o de costume, se empurrando em meio a multidão e muitas vezes até trocando ofensas.

"Pare de empurrar!" ou "Esse repolho é meu, é o ultimo!" eram coisas que eu estava ouvindo com frequência naquele dia, os ânimos estavam implacáveis. Eu estava tentando procurar uma explicação lógica para esse tipo de comportamento, mas nada me vinha a cabeça. Concluí que poderia ser o dia ensolarado que fazia, já que o povo não estava muito habituado a estar em contato direto com o sol, isso poderia estar temperando os ânimos da galera que saia de casa para fazer compras em promoção no meio de um tumulto. Bom, eu não julgo essas pessoas, nunca comprei nada no centro na cidade justamente por preferir pagar mais caro nos periféricos, e comprar com conforto.

Eu já começava a me preocupar com o desfecho que esses pequenos conflitos tomariam, as pessoas costumam ser extremamente voláteis quando estão insatisfeitas com alguma situação, e eu já me preparava para possivelmente ter que intervir. Não era uma ideia que me agradava, porque se eu fosse intervir, teria de me enfiar no meio da multidão, e eu certamente não estava preparado para esse cenário. Teria de tocar em pessoas, esbarrar, escutar ofensas e até mesmo ser agredido no pior dos casos. Aquilo definitivamente não estava cheirando bem, mas eu havia aceitado o trabalho, então teria de permanecer na função.

"Bom, estava bom demais para ser verdade." - Pensei. Eu já havia participado de duas feiras sem ter que resolver ou intervir em nenhum conflito, realmente achei que seria mais do mesmo, mas tudo indicava que não.

A uns 20 metros da minha visão, no meio da feira próximo a uma barraca de frutas, era possível ver uma agitação do telhado em que eu estava. Não conseguia definir com precisão do que se tratava, mas haviam muitas pessoas envolvidas discutindo aos gritos. Comecei minha movimentação, pulando rapidamente de telhado em telhado até me posicionar exatamente no prédio que estava atrás da barraca. Pulei nas marquises inferiores do mesmo prédio, mantendo minha distância, mas suficientemente perto para escutar do que a discussão se tratava.

- A manga estava na minha sacola, e simplesmente sumiu! - Uma moça jovem vociferou. Ela aparentava pouca idade, mas com certeza já era velha o suficiente para ser mãe. Uma mulher madura, eu diria. - Logo olhei para trás procurando, e vi aquele garoto gordo correndo, enquanto tentava enfiar a manga nos bolsos. Exijo que ele seja preso! Esse ladrãozinho! - Ela apontava o dedo diretamente para o nariz do garoto, que respondia com uma careta. - Ele roubou a minha manga! - Ela continuava a repetir essa frase para vários homens em volta da roda, que ajudavam a deter o garoto com base em força bruta.

Pronto... O circo estava armado. Não havia jeito, eu teria de intervir, mesmo que a ideia de fazer isso me fizesse querer regurgitar meu almoço. Pensei  algumas vezes nas perguntas que faria e em como procederia aquele diálogo, mas a melhor maneira de fazer aquilo me pareceu ser bem objetivo e não me prolongar muito. Se a manga fosse mesmo dela, devolveria eu mesmo e estaria tudo certo. Saltei da marquise caindo diretamente na rodinha em que se passava a confusão e olhei para a senhora:

- Ahmmm... Você tem provas? - Perguntei a ela.  - Que ele roubou sua manga.
- Você está DUVIDANDO de mim? - Ela girou o braço que apontava o dedo para o menino, transferindo-o diretamente para o meio da minha face. Arregalei meus olhos em resposta, por um momento achei que levaria um tapa. A expressão da moça se moldava em uma careta firme, enquanto me apontava o dado.
- Não estou duvidando, estou investigando. Quero resolver a situação assim como a senhora. - Respondi calmamente, enquanto afastava o dedo dela da minha face. De prontidão, ela recolheu o dedo enquanto colocava as duas mãos sobre a cintura.
- Posso te levar até o vendedor, que lhe dirá exatamente o que aconteceu. Eu paguei por aquela manga e isso é roubo! - Ela tornou a apontar o dedo para o menino. Mas, que menino?

A roda de homens estava tão entretida pela moça, que haviam deixado o menino escapar. A surpresa tomou conta do rosto de todos a medida que o garoto se afastava da roda, distribuindo cotoveladas por onde ia e vociferando palavrões enquanto empurrava a multidão. Estava nítido que ele havia mesmo roubado a manga da senhora, inocentes não fogem distribuindo hostilidades. E agora era minha função pegá-lo e impedir que ele fugisse.

Cocei minha nuca e respirei fundo. - Por favor, espere aqui. - Saltei em direção a marquise por onde havia descido, e continuei o percurso até alcançar o telhado novamente, onde eu ainda podia observar o garoto causando uma balbúrdia no meio da multidão. Ele certamente queria se afastar do tumulto e se enfiar algum beco, onde dificilmente seria encontrado. Para sua infelicidade, meus olhos viam exatamente para onde ele se direcionava. Ele estava a uns 20 metros de distância do local inicial, quase saindo na avenida que dava para vários becos. Respirei fundo e comecei uma corrida  pelo telhado onde eu estava, procurando saltar de forma precisa entre os telhados, utilizando de várias acrobacias para estabilizar minha queda, de forma a manter minha velocidade e diminuir a distância que eu tinha sobre o garoto. Para minha surpresa, assim que conseguiu sair da multidão, a velocidade do garoto aumentou consideravelmente. Deveria ser alguma espécie de ladrãozinho experiente que estava acostumado com esse tipo de cenário, e portanto, detinha certa agilidade. Minha distância para ele agora era de aproximadamente 10 metros, mas eu estava tendo dificuldade de me aproximar ainda mais.

"Não vai ser tão fácil como eu esperava" - Pensei.

Continuei na perseguição conforme trabalhava meu fôlego, enquanto eu houvesse espaço para minha respiração, eu ainda não teria chego no limite de oxigenação dos meus músculos. Ele subitamente virou a esquerda, e se enfiou num beco ao lado da loja de armas ninja. Era um beco estreito, do telhado eu teria pouca visibilidade, então segui pelo telhado mesmo tentando não o perder de vista lá de cima, até que encontrei encanamentos e janelas para usar de apoio. Utilizando saltos combinados a cambalhotas para redirecionar o corpo, fui me jogando através de impulsos para dentro do beco enquanto descia as paredes, diminuindo consideravelmente minha distância com o garoto, que agora era de aproximadamente 7 metros. Toquei o chão com uma acrobacia que me colocou de joelhos, e imediatamente utilizei o encolhimento das pernas para impulsionar minha corrida e não perder velocidade. Eu sabia que estava chegando no limite do meu fôlego, então precisava tomar uma atitude ou bolar um plano para que aquela perseguição terminasse ali, ou eu perderia o garoto.

"Eu vou perdê-lo, droga" - Pensei aflito. A única saída que me ocorria naquele momento era utilizar o Kage Mane em movimento. Eu teria muito pouco controle da sombra enquanto eu estivesse correndo, mas ainda conseguiria manter sua velocidade. Só esperava que meu chakra me permitisse ter tentativas o suficiente para pegá-lo.

Pouquíssimas vezes eu utilizei esse jutsu em movimento durante meus treinamentos do clã, visto que aprendemos a utilizá-lo de forma estática para preservar a concentração e assegurar que ele alcance seu alvo, com exceção dos treinos técnicos de movimento, onde a sombra acabava por ficar errática. Porém em uma situação como essa, as medidas necessárias eram drásticas. Nada no cenário poderia me ajudar a capturar o garoto sem que eu me esgotasse ainda mais, e eu já estava no meu limite.

"Vai ser isso mesmo." - Enquanto corria, posicionei meus dedos de forma a fazer o selo do rato. "Kage Mane." - Pensei silenciosamente.
Infusionei o Chakra na minha sombra com sucesso, era o básico para utilizar o jutsu. Mas controlá-lo em movimento era um verdadeiro teste de aptidão. A sombra apesar de rápida, tremulava quando progredia além de 5 metros de mim. Eu detinha certo controle sobre a tremulação conforme eu mesmo corria, já que morava aí a dificuldade de acertar meu oponente, mas mesmo assim, era extremamente impreciso. Errei a primeira tentativa, a sombra não chegou nem perto de tocá-lo. Continuei correndo e senti o garoto abrir uma leve vantagem sobre mim, usar chakra querendo ou não limitava minhas capacidades físicas, mas não havia outra maneira.

- Você não vai fugir! - Gritei. Mais uma vez posicionei meus dedos e infusionei o chakra. Pela segunda vez, o Kage Mane tremulou com a distância, desta vez um pouco mais controlado pelo ritmo dos meus passos, mas mesmo assim, falhou ao alcançar o garoto, que agora estava a nove metros de distância. Foi uma tentativa melhor que anterior, quase o peguei. Mas estava quase certo que a próxima tentativa era o meu limite.

Me concentrei o máximo que pude e analisei meu padrão de passos e como ele havia interferido com a precisão do jutsu nas tentativas anteriores. De fato não era fácil entender isso apenas com um simples pensamento, eu precisaria analisar isso com afinco, mas eu sabia que se diminuísse um pouco a velocidade, ainda conseguiria manter o garoto no alcance da minha sombra e ele teria velocidade suficiente para capturá-lo. Se eu parasse, com certeza ele se colocaria muito rapidamente para fora do alcance e eu o perderia. Ajustei a velocidade da corrida para que o que eu imaginei ser a correta, e tentei pela ultima vez. "Kage Mane!" Exclamei em pensamento.

Mais uma vez a sombra tremulou, mas dessa vez era mais concisa que a anterior, menos errática e perseguia o alvo com maior precisão. A sombra estava se aproximando do garoto e eu senti meu pulmão implorar por fôlego. Mantive o selo de mão, mas arfei enquanto caia de joelhos, sentindo ardência conforme respirava e tentava recuperar o ritmo de respiração. Não sabia se eu havia conseguido capturá-lo, até ter energia o suficiente para levantar a cabeça. Quando olho 9 metros a frente, o garoto estava exatamente na mesma posição que a minha, quase como se estivesse me imitando, enquanto nossas sombras estavam conectadas pela minha técnica.

- Sucesso, seu miserável. - Caí numa gargalhada interna, eu não era capaz de me contentar com o tanto que eu estava feliz por ter conseguido capturar esse garoto. Nunca pensei que teria que ir tão além dos meus limites para pegar um simples ladrãozinho de vila.  
O garoto havia se ajoelhado forçadamente enquanto imitava meus movimentos. Isso fez com que ele derrubasse a manga no chão e se ajoelhasse por cima dela, estourando-a no processo. - Sem manga para aquela senhora, mas você terá o que merece.

Segui até o garoto e o imobilizei como pude, até que as forças policiais de Kumogakure chegassem e tomassem frente a situação. A senhora não reagiu muito bem ao saber que ficou sem a sua manga, considerando que não haviam outras na feira, aquela era a última. Deveria ser por esse motivo inclusive que ela havia sido roubada. Expliquei a ela que fiz o que pude, e que pelo menos, o culpado pela situação estava sofrendo as cabíveis consequências. Parece que foi o suficiente para ela, e também para mim, que finalizei o meu dia com uma enorme sensação de satisfação.

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Re: [T] DelusionalQua Jun 29, 2022 6:14 am

— Avaliação dos Treinos: Aprovados

Primeiramente me desculpe pela demora na avaliação. Eu sei que já conversamos sobre e que isso não te incomodou tanto, mas eu realmente demorei bastante para avaliar, então perdão.

Consigo ver diversas situações desafiadoras para o Susume dentro do texto que você apresentou, e vejo também um claro desenvolvimento de seu Ninjutsu. Seu texto ficou super extenso, mas isso não se tornou um problema, pois por mais que ele engasgue em alguns pontos, ele, no geral, flui muito bem e é divertido. Você conseguiu focar bastante no núcleo de acontecimentos que escolheu para o texto, então ele ficou bem amarrado e sem furo algum. Ficou muito bom!

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Re: [T] DelusionalSex Jul 01, 2022 7:00 pm

Eu havia sido escalado para uma missão semana que vem. Era minha primeira missão ninja em Kumogakure, e eu certamente não estava disposto a falhar nela, não queria de forma alguma ter meu histórico manchado, então decidi que me esforçaria muito naquela semana a seguir, com treinos em sequência para que eu pudesse me preparar melhor para o que enfrentaria, mesmo que não soubesse com exatidão o que seria.  

Missões costumam ser desafiadoras, mas eu não estava com medo. Estava ansioso. Naquele primeiro momento, decidi que seria importante melhorar minha técnica com Ninjutsu e minha agilidade; e lá estava eu, no campo de treinamento, elaborando algum tipo de treino mirabolante.

Eu costumava treinar sozinho, então não teria outra mente para me ajudar a extrapolar meus limites, eu teria que ser estimulado por mim mesmo, meus próprios limites. Me posicionei na floresta que havia ao redor do campo de treinamento, a luz do sol atravessava pelos flancos dentre as copas das árvores.  

- Vou dar o máximo de mim. - Sussurei para mim mesmo, juntando as duas palmas das mãos. - Ergam-se!

Quase como se obedecesse a minha voz, minha sombra se expandiu em 2 fragmentos diferentes, um posicionado a minha esquerda e outro a minha direita, e em um rompante, um turbilhão negro emergiu de cada um deles, tomando forma aos poucos, enquanto revelava o aspecto de dois soldados totalmente negros, com as mãos nuas, que brilhavam em azul claro em todo o entalhe visível em suas armaduras.  

Não fazia muito tempo que havia adquirido a capacidade de utilizar essa técnica, ainda estava meio rudimentar. A ídeia havia surgido de Ito como uma inofensiva sugestão, mas eu acabei adotando a sugestão e estava gostando do resultado dos meus treinos anteriores, principalmente o que eu havia feito com Keitaro para melhorar meu Ninjutsu.  

Os soldados quase que agiam por si só, mas sempre faziam exatamente o que eu pensava ser o mais correto ou criativo, quase como se eles fossem uma extensão do meu pensamento. Eu achava aquilo estranho, não sabia determinar que tipo de conexão a minha mente tinha com essa técnica que eu havia desenvolvido. Eles falavam comigo, mas ninguém mais poderia ouví-los, imagino que seria algo bem parecido com as limitações que Ito tinha. Porém aqui, apesar de estarem sendo controlados por mim, os movimentos pareciam bem mais responsivos ao meu subconsciente do que as minhas ordens em sí, quase como se esses soldados fossem uma extensão do meu reflexo.  

- Caramba, vocês são bem responsivos. - Eu havia pensado em um protótipo de treino na minha cabeça e estava prestes a dar as ordens, porém, quase como se antecipassem a minha ordem, eles estavam se dirigindo exatamente a direção que eu havia designado em minha mente.

- Nós estamos na sua cabeça, senhor. - Eles me responderam, me fazendo arregalar os olhos.

- Que ótimo, agora vocês falam. - Retruquei, sendo respondido com silêncio. Acho que de certa forma o fato de eu ter achado aquilo no mínimo macabro, havia despertado alguma espécie de reação negativa nos soldados que os fizeram repudiar sua própria audácia no momento seguinte. Entretanto, o fato de terem me respondido me colocou em êxtase, mesmo que fosse apenas uma conversa na minha própria mente, era quase como se tivesse autonomia.  

Nos momentos seguintes posicionei as sombras de forma que elas tivessem uma trajetória limpa sobre mim, mas que eu não pudesse enxergá-las com clareza. Coloquei uma shuriken na mão de cada uma e me coloquei a uns 15 metros de distância de ambas, bem no centro. Eu definitivamente podia sentir a massa de chakra atrelada a minha sombra, quase como se fosse uma extensão de mim, sabia de sua localização, o que se fosse um inimigo de fato, facilitaria muito para mim antecipar um ataque, porém mesmo que eu tivesse essa informação, ainda teria tempo de treinar meus reflexos ao mesmo tempo que treinava o controle de precisão das minhas sombras, e para mim, isso já era o suficiente.

Com uma contagem regressiva na minha mente, a primeira Shuriken veio. Assim que escutei o sibilo do ar, puxei a Kunai e tentei aparar a mesma como consegui, porém falhei. Obviamente, eu mesmo não ordenaria ser atingido de forma letal pelas minhas próprias armas, o que resultou em um corte superficial no meu rosto que despejou uma ou duas gotas de sangue. Fiquei surpreso por não ter conseguido. As sombras realmente antecipavam minha vontade com maestria, e embora eu pudesse sentir sua localização, não fazia a menor ideia de qual delas atacaria primeiro, já que eu não tinha contato visual com as mesmas, e eu não havia ordenado uma específica, então é óbvio que isso seria decidido de forma subconsciente.  

- Estou surpreso, admito. - Falei enquanto limpava o sangue com a mão esquerda.  

Sem perder tempo, me posicionei novamente com a Kunai em mãos e devolvi a shuriken atirada a uma das sombras, e repeti a ordem, sem escolher de qual direção a shuriken viria. Eu estava em total estado de foco, e dessa vez, vieram as duas juntas em uníssono, dois sibilos no ar que pude escutar de imediato.  

- Dei as duas shurikens para a mesma sombra? Droga, eu nem percebi!  

Aparei uma das shurikens enquanto a outra cortou minha camiseta na região do ombro direito. Praguejei muito mentalmente, o que fez as sombras tremularem. Controlei meus sentimentos a medida que eu entendia que de certa forma, esse tipo de comportamento era induzido as sombras pela minha própria vontade de me superar, entretanto, era inegável que elas pareciam me pregar peças, quase como se estivessem em controle de sua vontade, quase como se estivessem vivas. Isso me assustava, porém me deixava ainda mais intrigado para encontrar o potencial máximo dos meus mais novos soldados. Repeti o processo de vai e volta das Shurikens algumas vezes. Em algum ponto, eu estava tão bom em apará-las ou esquivá-las que parecia que eu estava tirando doce de crianças enquanto me movimentava. O controle contínuo sobre as mesmas também estava me esgotando, não era fácil mantê-las por tanto tempo, exigia muito foco e sinto que a ordem de movimento foi desestabilizando o ninjutsu com o tempo, de forma que as shurikens começaram a vir de forma mais errática, exigindo mais da minha técnica e controle para fazer com que o treinamento de fato acontecesse. No fim do dia, com alguns arranhões e cortes superficiais, retornei bem para casa, exausto. Descansaria para uma próxima rotina de treinos amanhã.  

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Re: [T] DelusionalSex Jul 01, 2022 7:23 pm

No dia seguinte de treinamento, decidi que não faria atividades tão densas como as do dia anterior. De fato, treinos que exigem esforço físicos são muito cansativos, e eu estava um caco. Os cortes superficiais estavam todos bem fechados e secos, nenhum edema ao redor, o que significava que sequer representaram ameaça para minha saúde, porém toda a musculatura do meu corpo ardia em resposta.  Decidi não me puxar tanto no treino de hoje, e para corroborar minha ideia, lembrei do que os professores costumavam dizer na academia:

“Conhecimento também é muito relevante no campo de batalha. Estudem sobre suas técnicas, aprendam-nas, e entendam a teoria antes de serem mestres na prática.”

Nunca fui muito fã de leitura, mas acredito que existe muita lógica nessa colocação, e por esse motivo, resolvi respeitá-la, afinal, não queria falhar na minha primeira missão por falta de conhecimento estratégico. Prontamente me encaminhei para a biblioteca shinobi de Kumogakure e iniciei a minha leitura sobre a teoria de vários senseis famosos na vila, inclusive um dos que treinou o nosso atual Raikage.  

Os conteúdos estudados foram diversos: Em alguns capítulos ele explicava como é necessário refinar as suas técnicas de forma que você consiga tirar o máximo delas com o menor gasto de chakra envolvido, até assustava um pouco dizendo que o chakra que te faltar em uma luta provavelmente será resultado da sua falta de controle e que isso poderia ocasionar sua morte.  

“Preciso tirar um dia pra treinar isso.” - Pensei comigo mesmo.

Segui no livro, desta vez lendo sobre tipos de combate em diferentes tipos de terreno. A maioria desse tipo de coisa eu já havia aprendido na academia, mas tinham algumas informações bem peculiares aqui, como por exemplo, evitar o uso de técnicas do elemento Raiton em ambientes aquáticos para não machucar a sí mesmo. Também falava sobre terrenos montanhosos, onde o mínimo de terraformagem pode ocasionar numa avalanche de pedras, portanto todas as técnicas devem ser utilizadas de forma a causar o mínimo de alteração possível nesses ambientes. Passei também pelos terrenos florestais, que geralmente costuma ser o mais rico dos terrenos em distrações. Animais, barulhos constantes, muitos lugares para se esconder, de fato é o terreno onde mais temos dificuldades em perceber nossos inimigos devido a quantidade exorbitante de estímulos que estão ao redor a todo tempo, e, portanto, não se recomenda realizar atividades em apenas uma pessoa nesses ambientes, pois assim ambos podem vigiar um o ponto cego do outro, de forma a maximizar a sua chance de sucesso e minimizar a chance de receber um ataque furtivo.  

Terminei minha leitura com um pouco de sono, mas tendo a certeza de que o conhecimento adquirido me seria útil mais hora ou menos hora. Esperava que fosse útil naquela missão, em específico. Retornei para minha casa e descansei, preparando meu corpo para o próximo árduo dia de treinamentos.  

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Re: [T] DelusionalSex Jul 01, 2022 8:01 pm

Acordei para meu terceiro e último dia de treinamento descansado. As dores no corpo haviam desaparecido e eu estava pronto para outra sequência de movimentações, até que minhas energias estivessem esgotadas. Estava decidido a explorar a capacidade dos meus soldados nesse dia, então decidi que meu treino seria dedicado a eles. Com certeza eu ficaria exausto por gasto de chakra, mas pelo menos não teria as dores musculares que tive por me esforçar com os movimentos.  

Segui para o campo de treinamento pelo mesmo caminho de sempre, e ao chegar lá, repeti o ritual de me enfiar na mata, criando um ambiente de isolamento de todas as outras pessoas que possivelmente pudessem utilizar o campo naquele mesmo dia.  

Lembrei brevemente do que o livro dizia ontem sobre terrenos florestais e hesitei;

“Bom, aqui não é um terreno hostil, então não deve ter problema.” - Pensei comigo mesmo, enquanto adentrava ainda mais na floresta.  

Eu sabia que minhas sombras eram uma caixa de surpresas, um potencial inexplorado, e estava disposto a destrinchar esse mistério com o máximo de minhas habilidades. Prontamente juntei a palma das mãos e repeti a frase anterior:

- Ergam-se! - A sombra novamente se dividindo em dois fragmentos, que romperam em uma espiral sombria, dando origem aos meus dois mesmos companheiros de ante ontem, os mesmos reluzindo chakra azul claro em seus entalhes.

“Eles realmente transbordam chakra, meu controle é patético...” - Pensei comigo mesmo.  

“Não se cobre tanto, senhor.” - Um dos soldados me respondeu em reverência. Sorri de canto de boca, eu não parava de me surpreender comigo mesmo.

“Não diga bobagens e vamos ao treino.” - Respondi mentalmente, e quase que de imediato, ele subiu a reverência e se colocou de prontidão. Parecia que só um deles conversava comigo, e muito esporadicamente. Me pergunto o que aconteceria se eu fosse a pessoa iniciando a interação, mas decidi guardar o teste psicológico para uma próxima oportunidade e me focar no que seria esse treinamento.

Um dos questionamentos que surgiu na minha cabeça enquanto eu pensava no potencial dos meus soldados, era: Eu certamente era capaz de modificar o ambiente através deles, de sua materialização e solidificação, mas era eu, capaz de perceber o ambiente através deles? Não sabia a resposta, mas se eu achasse alguma forma de determinar flutuações no ambiente com os mesmos, isso expandiria brutalmente minha área perceptiva enquanto eu estivesse na utilização da técnica.  

Me posicionei em lótus no meio da floresta, e meditei enquanto ordenava mentalmente que os soldados se afastassem para o meio do bosque, e ordenei que assim que alcançassem suas posições, ficassem imóveis, quase como se fossem estátuas. Entrei num estado profundo de concentração buscando sentir e perceber através do meu chakra conectado as sombras, qualquer mínima flutuação ou tremulação que as mesmas viessem a sofrer em função de algo que estaria acontecendo no ambiente. Pensei que seria muito mais fácil se eu tivesse alguma companhia para induzir essas variações, sem ter que simplesmente esperar por elas, e imaginei que um ninja do meu pífio calibre sequer conseguiria sentir as flutuações a não ser que elas fossem bem perceptíveis, mas de qualquer forma, o aperfeiçoamento começa com o treino, e era isso que eu estava disposto a fazer.  

Fiquei muito tempo parado. Enquanto meditava, escutava todo tipo de animais no ambiente, e sendo as sombras colocadas em direções opostas, imaginei que estivesse cobrindo um raio significante de localidades com as mesmas. Entretanto, mesmo que eu tentasse com muito esforço, não conseguia sentir nada relevante, além de puro chakra fluindo. Dobrei meu nível de concentração de forma como se tentasse abstrair todos os barulhos que eu recebia do ambiente, e foquei exclusivamente no barulho que meu chakra fazia ao fluir em direção as sombras. Tamanho foi meu esforço que eu consegui sentir no meu âmago a forma que o mesmo tomava ao chegar nos soldados, mesmo com toda aquela distância, era como se eu conseguisse visualizar com riqueza de detalhes a forma, o corpo, era quase como um atlas anatômico dos soldados que estavam em campo.

Notei que no ombro direito de um dos soldados, haviam dois sulcos pequenos, quase como se algo estivesse se apoiando ali, pressionando aquela massa sólida de chakra para dentro de sí própria. Os soldados apresentavam certa rigidez, mas ainda assim possuíam o corpo maleável em função de serem constituídos de chakra puro. Era uma alteração singular que não era mostrada no outro soldado, o que me fez acreditar que tinha algo. Voltei meu campo de visão para a sombra em questão, e resolvi observar o ambiente para saber o que aconteceria em seguida.

Ordenei que a sombra se movimentasse de forma contida, de forma que só fosse percebida caso algo estivesse muito próximo da mesma, e assim que o movimento aconteceu, a alteração nos ombros do mapa anatômico despareceu, quase como se o chakra voltasse a ocupar o espaço antes pressionado. Ao mesmo passo que isso acontecia, escutei um farfalhar de asas naquela mesma direção.

Era isso. Havia um pássaro pousado no ombro do soldado. Ficou tanto tempo imóvel que a criatura deveria ter julgado como seguro pousar ali. Não sabia que tipo de relevância isso teria para as minhas sombras, mas sabia que por inferência, elas tinham um potencial mínimo de percepção, e quando se existe um potencial mínimo, alcançar o máximo é apenas uma questão de tempo, e treino. O fato de que eu precisava entrar num estado de concentração absurdo para conseguir perceber esse tipo de modificação também não era algo que eu poderia utilizar para obter vantagem a curto prazo, pois acabaria ficando numa posição extremamente vulnerável, entretanto, como tudo na vida, ficaria mais fácil visualizar a anatomia dos meus servos com o tempo, já que agora eu havia encontrado o caminho para fazer isso. Repeti o processo mais algumas vezes de mentalização mais algumas vezes tentando perceber alterações, de forma a consolidar o meu treinamento. Parei quando já me sentia esgotado, o meu chakra estava no fim, me colocando numa posição de exaustão. Não havia conseguido muito, mas estava feliz com meu desempenho. Retornei para casa para minha próxima noite de sono, pensando na missão que realizaria logo mais.  


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Re: [T] DelusionalSex Jul 01, 2022 8:53 pm

— Avaliação dos Treinos: Aprovados

No primeiro e no terceiro treino dá pra perceber o quanto sua narrativa evoluiu agora que você conseguiu construir o seu estilo de luta. Dá pra notar a paixão nas palavras, é perceptível que você tá escrevendo algo que você gosta e que está te divertindo. Ficou muito bom. No segundo treino eu gostei como você foi para o lado dos conhecimentos técnicos e estratégicos para o desenvolvimento de inteligência, é algo que pouca gente faz, mas que é muito importante para os ninjas.

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Re: [T] DelusionalTer Jul 05, 2022 7:49 pm

Nos meus últimos treinamentos eu havia percebido o quão precário estava meu controle de Chakra devido ao aperfeiçoamento das minhas habilidades com as sombras. Já fazia alguns dias que eu acordava pensando que precisaria melhorar esse aspecto das minhas técnicas se eu quisesse progredir de alguma forma, e neste dia em questão, resolvi colocar em prática a intenção. Tomei o caminho do campo de treinamento enquanto pensamentos sobre recentes acontecimentos invadiam a minha mente, gerando questionamentos.  

A última missão em que eu fui enviado havia mostrado certa dificuldade para Chloe, e embora eu não houvesse sofrido com a perda grande de Chakra, pude perceber que minhas habilidades utilizam meu chakra sem regulação. Quase como uma torneira fluindo com vazão irrestrita assim que eu dou a ordem para ativação. A academia nunca havia focado em nos ensinar a administrar esse tipo de coisa, então eu teria que desenvolver um método próprio para isso, ou procurar pela teoria direto da fonte. Como eu já estava a caminho do campo de treinamento, resolvi que procuraria pela teoria em outro momento e me focaria em tentar controlar o meu Chakra por conta própria, nesse primeiro momento.

Chegando no campo, diferente do costumeiro, tomei posição bem no centro do mesmo, pois não havia mais ninguém treinando naquele dia em questão, então tomei a liberdade de ficar um pouco mais à vontade e comecei meus preparativos.  

A primeira coisa que tentei fazer foi regular a vazão do meu Chakra. Semelhante a uma torneira, quanto mais você a aperta, mais o fluxo de água se reduz, entretanto, é possível diminuir o fluxo sem fechar a torneira por completo. Eu sabia que cada técnica tinha sua peculiaridade, e que o Chakra toma várias formas, adquire diferentes propriedades para servir ao propósito do contexto em que está sendo utilizado, logo, regular a vazão iria requerer uma revisão de até onde eu posso segurar a torneira para cada técnica em questão, sem que isso surtisse um impacto ou enfraquecesse o produto final.  

Liberei a torneira e comecei a emanar meu chakra de forma bruta, sem restrição alguma. Quase  que como um perfume, ele começou a ser liberado por todo o meu corpo, vazando em direção ao ar. Existia um ponto de saturação, onde a quantidade de energia dispersada por minuto não aumentava, mas se mantinha. Conclui que esse ponto de saturação seria a capacidade máxima de Chakra que eu conseguia dispersar por minuto, ou em uma liberação, caso eu desejasse.  

Voltei a reduzir o fluxo de forma que ficasse inerte, bloqueando totalmente a liberação. E agora com certeza, viria a parte mais difícil de toda a problemática: Abrir a torneira aos poucos.  

Até esse presente momento a utilização de Chakra para mim funcionava como um switch de on/off. Quando eu queria utilizar, eu ligava, e quando não queria mais, eu desligava. Eu precisaria reaprender minha maneira de enxergar a energia em meu próprio corpo, a tratando quase como uma unidade de medida, e não em um estado de utilização que pode apenas ser desligado. E essa parte era absurdamente difícil. Tipo, mesmo.  

Tentei fazer a regulagem por várias vezes em sequência, e tudo que eu consegui liberar do meu corpo foram gotas de suor. Repeti a processo por várias e várias vezes sem encontrar uma maneira funcional de executar o método, até que resolvi tomar uma breve pausa e refletir sobre o que estava acontecendo e entender um pouco como eu poderia otimizar meu treinamento.

Chakra é uma corrente de energia que flui naturalmente sobre o corpo, quase como um rio, e tentar forçar um rio a trabalhar contra sua natureza é quase impossível, pelo menos era o que estava começando a parecer. Observei meu comportamento e percebi que eu estava fazendo força para liberar o Chakra ao mesmo tempo que eu o reprendia, e talvez o maior problema que eu estivesse enfrentando aqui fosse a intensidade com que eu estava o repreendendo. Testei o meu método e aliviei a pressão que exercia sobre todo o meu corpo tentando pôr a teoria a prova, e novamente eu falhei.

Uma nova reflexão me ocorreu e eu logo pensei: nem a força bruta é capaz de regular o fluxo de um rio, não existia motivos para acreditar que utilizar força me ajudaria a controlar o meu chakra de alguma maneira. Rios só podem ser regulados alterando seu fluxo, desviando uma parcela pequena para utilização através de uma canaleta, um escape enquanto a maior parte dele, volta para seu próprio ciclo na natureza, um fluxo interminável, que não é restrito ou bloqueável, mas conciso e controlado. Quase que como com um desvio temporário, onde você retirasse apenas o necessário.  

Me livrei de toda força que exercia naquele momento, que imediatamente aliviou toda a tensão e pressão que causava no meu corpo. Limpei as gotas de suor e mentalizei meu fluxo de Chakra de maneira bem rústica na minha mente, ao mesmo tempo que o deixava fluir. Não tentei obstruir seu fluxo ou limitá-lo, mas mentalizei uma rota alternativa que era uma ramificação do fluxo principal, uma variação simples que não carregava todo o Chakra do fluxo, mas parte dele, uma quantidade reduzida e mais concisa, mais fácil de manipular que o restante da corrente como um todo.  

Eu já havia testado a vazão máxima do meu chakra anteriormente, então eu saberia se não tivesse funcionado. Felizmente para mim, o método havia funcionado, nem que fosse só um pouco. Dividir a vazão principal de um rio não deveria ocasionar em muita redução, mas certamente seria mais efetivo conforme eu fosse refinando isto ao longo do tempo. Conforme eu dava vazão ao novo fluxo, era possível perceber que o novo ponto de saturação era discretamente menor que o anterior, o que significava que eu estava liberando menos chakra do que anteriormente.  

Respirei fundo enquanto restringi novamente o fluxo. Eu havia conseguido, agora só bastava refinar isso para que a quantidade fosse cada vez menor, e enfim eu teria um excelente controle de chakra. Dei um sorriso cerrado enquanto meditava e repetia o processo mais vezes para aperfeiçoá-lo com o máximo de minhas habilidades, enquanto a tarde de treino se seguia.   

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Re: [T] DelusionalQua Jul 06, 2022 8:54 am

Olá, Susume!

Gostei muito do seu treinamento. Antes do fechamento do fórum, costumávamos fazer esses treinamentos de controle de chakra aos montes e pensei que já estaria saturado depois de ler tantos. No entanto, seu treinamento foi tão bem descrito e desenvolvido que não senti nada disso; pelo contrário, foi muito gratificante de ler. Parabéns!

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Re: [T] DelusionalSáb Jul 09, 2022 9:48 pm

Inverno - Kumogakure

Desde que Keitaro havia me ajudado a melhorar minhas habilidades com Ninjutsu, um incessante turbilhão de ideias começou a tomar conta da minha cabeça. Ele me mostrou um caminho que antes para mim não era possível enxegar, e a partir da sua visão ligeiramente mais experiente, mostrou que com um pouco mais de empenho eu poderia trazer para este mundo todos os seres que vivem na minha imaginação. De forma subconsciente, eu estava em posse dessa informação, e uma a uma, as vozes na minha cabeça que antes surgiam de forma esporádica, procurando um diálogo ou asilo, começaram a aparecer em uníssono, como se pedissem permissão para serem postas a prova da realidade, quase como se pudessem ler minhas memórias e transitar por cada fio de neurônio que as guarda em minha mente, agora que sabiam que essa possibilidade era real.

O fato de Keitaro ter conseguido me ajudar a moldar meu Chakra o suficiente para trazer os combatentes do labirinto para cá já havia sido o meu ápice de conquista durante minha carreira ninja. Mas tinham tantos outros... Ravi, Yoru, Izumo, Riki, Kamish, Greed, Bellion... Todos pediam uma oportunidade de vir à fora. Eu ainda era fraco, com certeza não conseguiria sustentar a força de todos eles por aqui. Em Itheria, eles são grandes guerreiros com habilidades muito específicas. Prometi para mim mesmo em forma de acalmar o que a semanas atormentava minha mente: Eu os traria até aqui. Um a um... Nem que dedicasse toda minha carreira como um shinobi tentando fazê-lo. Nas várias vezes em que transitei por esse mundo, deitado em minha cama, eu conversei com cada um deles, pude ouvir suas dores, seus anseios e devaneios, e de certa forma, eram todos parte de mim. Jamais poderia abandoná-los.

Mais uma vez toda essa situação me ocorria com uma sensação de algo indigesto, estava ficando cada vez mais difícil definir o que era real e o que estava transitando na minha mente. Os pedidos de todos eles... Seriam eles uma manifestação da minha vontade contra minha inaptidão? Ou seriam realmente pedidos autônomos vindo de seres que de alguma forma viviam em minha mente? Esses questionamentos me faziam tremular, mas não havia tempo para isso.

- Preciso começar por alguém. - Levantei, colocando o dedo indicador no queixo.

De todos as criaturas que se passavam em minha mente, Ravi era de longe a mais simples. Tomei meu rumo para o campo de treinamento enquanto lembrava de cada detalhe do Wyvern e de como eu havia o conhecido. Certa vez eu estava transitando por uma floresta chamada Komoyo, lar de criaturas místicas. A floresta surgia ao redor de um meteorito cor de púrpura que caiu lá em tempos muito antigos, de forma que a energia causou modificações nos seres vivos do local que foram aparecendo com o passar dos anos. Ravi era uma dessas criaturas modificadas, uma espécie de lagarto que aumentou de tamanho e criou asas nas patas fronteiras. Quando a conheci, a mesma estava enroscada em armadilhas de caçadores que garimpavam a região em procura de espécies exóticas, provavelmente para vender ou algo assim. Com o melhor de minhas habilidades, salvei Ravi, que impossibilitada de voar naquele momento, se arrastou até que eu encontrasse seu ninho, com alguns bebês lagartos que nem sequer tinham asas ainda. Imaginei que eles precisem passar pelo processo de crescimento antes de conquistar os céus. Passei a visitar o ninho de Ravi regularmente, não sabia do que a criatura se alimentava, mas era sempre muito receptiva comigo, quase como se mostrasse sinais de gratidão e consciência. Quando recuperou a capacidade de vôo, Ravi não ficava mais no ninho e levava todos os mini lagartos consigo. Nossos destinos nos desencontraram, mas Ravi permaneceu em minha mente.

Respirei fundo ao perceber que estava no campo de treinamento, completamente vazio.

- Sinto saudades, Ravi. - Suspirei. - Prometo que darei o meu melhor.

Decidi que a traria para este mundo. Precisava saber que estava viva, nem que isso significasse que ela estivesse viva apenas nos meus pensamentos, nas entranhas da minha mente, ou sei lá. Ao menos poderia abraça-la, como fiz naqueles sonhos que nunca voltaram.

Iniciei meu treinamento concentrando toda a quantidade de Chakra que usaria para levantar meus soldados, como Keitaro me ajudou a fazer. A forma deles, seus detalhes e afins já se moldavam quase que de forma automática, um imprint deixado em minha mente ocasionado pela memória vaga que eu tinha deles em Itheria. Pensei que fazer o mesmo com Ravi seria fácil, mas não foi bem assim. Nas primeiras tentativas o fragmento de sombra que que eu coloquei no chão se repuxou para várias direções diferentes semelhante a um chiclete, tentando assumir alguma forma anatômica coerente, porém sem sucesso.

Eu sabia que limites na carreira shinobi estão ali para serem superados, e eu sabia que se quisesse de fato cumprir meu plano, esse seria apenas o primeiro limite que eu teria de superar. Segui tentando dar forma aquele enorme bolo de sombras, mesmo que eu sentisse que aquilo estava me sugando cada gota de energia disponível. Eu tentava atribuir a Ravi a forma que ela tinha nos meus sonhos manipulando a sombra manualmente. Eu não me recordava de ter feito o mesmo com os soldados, pois eles surgiram meio que de forma espontânea. Quase esgotado, me concentrei enquanto deixei o chakra fluir para o fragmento de sombra presente em minha frente. Dessa vez, não tentei moldá-lo com a manipulação de chakra, mas comecei a recordar dos momentos que passei com Ravi. Suas características, seus dentes afiados, suas asas desajeitadas, suas lindas escamas azuis que reluziam a luz do sol, sua enorme cauda e a coroa de de ossos que emergiam atrás dos seus olhos, dando-a uma aparência única. Quase que de forma automática, abstraí os detalhes de Ravi e na minha mente, a transformei numa silhueta tridimensional de chakra puro, deixando o fluir quase que de imediato em direção ao fragmento de sombra que eu tentava manipular. Com os olhos fechados, não senti nada. Acreditei ter falhado mais uma vez, mas provavelmente o cansaço estava enganando meus sentidos, porque depois de alguns segundos de puro silêncio, fui obrigado a abrir os olhos após uma onda de vento atingir meu rosto. Abri os olhos olhando para cima, observando a criatura bater suas asas, enquanto ela me olhava fixamente.

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Suas escamas azuis agora cintilavam em chakra puro, enquanto outras eram formadas de pura sombra, assim como seus dentes. Ravi não era muito maior que Susume, mas com certeza seu longo pescoço e as asas abertas forneciam uma visão intimidadora para qualquer observador. Olhei para Ravi, me sentindo exausto. Consegui dar um breve sorriso antes da mesma se dissipar no ar com um grunhido, enquanto eu caia de joelhos e arfava enquanto meus pulmões procuravam ar.

- Eu... definitivamente trarei... vocês todos! - Puxei o ar enquanto descarregava minha ansiedade com um grito no meio do campo de treinamento.

Nas condições em que me encontrava, eu já não tinha a mínima condição de tentar evocar Ravi mais uma vez, e se eu desmaiasse, não haveria uma alma viva sequer no campo de treinamento que pudesse me ajudar. Mas eu sabia que era possível... Sabia que meu objetivo era palpável, e eu faria de tudo para alcançá-lo. Guerras, missões, tramas... Seriam apenas facilitadores para cada degrau que pretendo subir para me tornar o mestre de Itheria, o meu mundo de sombras.



  
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Última edição por Hyorin em Dom Jul 10, 2022 1:02 pm, editado 4 vez(es)
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Re: [T] DelusionalSáb Jul 09, 2022 10:49 pm

Inverno - Kumogakure

Adquirir o controle das minhas sombras recentemente certamente havia melhorado minha habilidade com Ninjutsu, e exercitar o uso do Chakra tem trazido mais benefícios para mim do que eu imaginaria. Sinto cada vez mais facilidade no uso do mesmo, quase que como se todos os caminhos já estivessem ali e eu soubesse a trajetória de cor. Isso começou a despertar algo no meu chakra que até então eu não havia percebido: Ele começou a adquirir cintilações e até mesmo fazer faísca, as vezes, um indicativo de energia elétrica. Eu sabia que Raiton era minha natureza de Chakra, mas nunca havia investido meu tempo em aprender qualquer técnica que se baseasse nisso, entretanto, pensei que se eu quisesse me tornar um bom shinobi, deveria saber explorar qualquer recurso que eu tivesse a disposição.

Neste dia, resolvi brincar com a imaginação no campo de treinamento e levei algumas shurikens. Tinham algumas pessoas desta vez, uma das raras oportunidades onde encontrei alguém perambulando pelo mesmo, ou até mesmo trocando soco com pilastras. Tentei ignorar o máximo que pude e fui mais para o canto, onde poucas pessoas poderiam me observar. A eletrecidade era algo que fluia naturalmente com o meu Chakra, sendo ele afim desta natureza, não deveria eu ter muito trabalho para colocar em prática algumas técnicas.

A primeira tentativa foi utilizar as Shurikens em combinação com o chakra. Eu sabia que shurikens normais tem potencial perfurante significativo, mas ao menos que seja uma Fuuma Shuriken, ela nunca poderá cortar um tronco calibroso de árvore. Meu desafio ali era aumentar a letalidade daquelas shurikens a ponto de fazê-las cortar o tronco das árvores. Sem muita dificuldade, emanei o Chakra para as shurikens de forma que o seu giro gerasse um campo estático ao redor das mesmas, aumentando seu potencial cortante, gerando uma lâmina elétrica. Só bastou algumas tentativas para que a lâmina fosse extensa o suficiente para atingir completamente o tronco de uma árvore pequena, visto que não existia muita complexidade em emanar o Chakra para as shurikens. Assim que tive a oportunidade, utilizei de toda precisão que eu tinha para arremessar a shuriken contra a árvore, que foi teve seu tronco fatiado pela mesma. Aperfeiçoei a técnica por mais algumas vezes jogando duas, e muitas vezes até três shurikens simultaneamente, em lugares aleatórios para evitar de derrubar muitas árvores, já que eu estava certo do potencial cortante das mesmas. Em certo ponto, evoquei minhas sombras no chão e até testei como seria realizar essa técnica através da sua ordenação, iniciando então um verdadeiro campo de arremesso de shurikens elétricas, onde as sombras tinham como objetivo acertar umas as outras até que só sobrasse uma.

Já certo de que a prática dessa habilidade havia sido suficiente, juntei as mãos liberando um grande fragmento da minha sombra, ordenando que o mesmo se erguesse. Daquele bolo totalmente escuro, surgiram presas e asas e um longo corpo esguio, dando origem a Ravi, meu companheiro mais recente. Ravi tinha uma aparência grotesca, o que gerou um pouco de surpresa nos demais ocupantes do campo de treinamento, que logo focaram em suas atividades, me ignorando. Subi em Ravi e a ordenei que voasse, pois queria testar minha capacidade de utilizar ninjutsus enquanto estivesse no ar, de forma que eu pudesse atacar meu oponente e dificultar seu acesso até mim. Imediatamente emanei meu chakra de natureza elétrica novamente, dessa dando forma a uma espécie de cachorro com o mesmo, que era conectado a minha mão por esse feixe de energia elétrica que mais parecia uma coleira. Fiquei sobrevoando o local com Ravi com altitude relativamente baixa, estávamos a uns 8 metros do chão e eu conseguia controlar livremente o cachorro daquela altura, e até mesmo forçá-lo a realizar investidas contra as pilastras do campo de treinamento, até que ele se dissipasse.

Pousei Ravi para um breve descanso enquanto mais uma vez, eu utilizava meu chakra e invocava três soldados feitos de sombra. Conexos a mim, subi novamente em Ravi e a ordenei que a mesma levantasse voo. Uma evidente linha negra ligava todos os meus soldados até mim, mesmo que eu estivesse no ar, semelhante as cordas de um arreio usadas para montar a cavalo. Eu parecia uma espécie de imperador escravizando súditos enquanto segurava-os pelo pescoço com uma corda. Figurar essa cena na minha cabeça não foi muito bom, principalmente considerando que esses soldados provavelmente tiveram suas origem em Itheria, mas ao mesmo tempo que parecia ruim, era ótimo saber que eu conseguia controlar os soldados e até outras habilidades de longa distância de cima do corpo da Ravi, me fazendo pensar que ela será extremamente útil em qualquer situação adversa, principalmente para me manter em segurança, sem contar que ela era muito ágil no ar devido a anatomia esguia do seu corpo.

Quase esgotado por aquele dia, resolvi pousar e cessar o uso de técnicas de Ninjutsu. Mais um dia havia passado e eu encontrei uma nova maneira de adaptar o uso das minhas técnicas conforme eu avanço na minha carreira como Shinobi. Com um semblante cansado, recuperei minhas shurikens e segui em direção ao meu apartamento em Kumogakure, enquanto pensava que apesar de todas as coisas ruins que eu havia passado, eu estava finalmente descobrindo o potencial que eu sempre achei que tinha.    
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Última edição por Hyorin em Dom Jul 10, 2022 1:02 pm, editado 2 vez(es)
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Re: [T] DelusionalSáb Jul 09, 2022 11:22 pm

Inverno - Kumogakure

Nos últimos dias eu havia treinado com sucesso muitas das minhas habilidades com Ninjutsu. Eu estava meio que satisfeito com o teto em que eu havia chegado com essas técnicas, pois apesar de ser um Genin, minhas habilidades haviam entrado em um patamar bem único, e logo percebi que meu corpo precisava acompanhar esse desenvolvimento ou eu ficaria para trás, pois não adiantaria nada saber atacar e não ter a capacidade de desviar de nada ou executar movimentos precisos. Neste dia, me dirigi para o campo de treinamento com a intenção de elaborar um percurso de treinamento corporal, quase que como uma sequência de obstáculos que me ajudaria a melhorar essas minhas fraquezas com o movimento.

Espalhei troncos flutuantes pelo rio ao lado do campo de treinamento e os interliguei com uma corda frouxa para que sua liberdade de movimento fosse preservada, ao mesmo tempo que impedia a correnteza de levá-los embora. Isso serviria para me estimular a medir a suavidade dos meus saltos e a distância entre eles, sem contar que como os troncos flutuam de forma aleatória devido a correnteza, o trajeto poderia mudar facilmente, me forçando a raciocinar rapidamente enquanto movia meu corpo, marquei árvores no meio da floresta para realizar escalada. Segui preparando o campo com aros baixos, para que eu treinasse movimentos inferiores sem que os deixasse limitar o meu corpo, enquanto colocava obstáculos mais altos na sequência, para me forçar a treinar a transição entre posições baixas e altas de forma mais ágil. Em algum ponto, o trajeto começou a se virar para o meio da mata, decidi usar a mesma para ajudar a incrementar a dificuldade do meu treino.

Marquei algumas árvores com a minha Kunai, geralmente as mais altas que eu conseguia encontrar, de forma que eu teria que rapidamente escalar as árvores marcadas até seu topo, descer, e prontamente seguir para a próxima. Imaginando que isso resultaria num gasto extremo de energia, não marquei mais do que três árvores, de forma que a terceira ficava próxima do campo de treinamento, então eu retornaria para o mesmo. O outro lado do lago do campo de treinamento desaguava em uma cachoeira não muito alta, mas possuía uma série de rochas em uma descida totalmente íngreme de dez metros que necessitaria o máximo de cuidado para uma pessoa comum, e eu decidi que deveria descer aquilo correndo, utilizando o melhor de minhas habilidades para equilibrar o meu corpo em pontos específicos, evitando uma queda.

No fim desse trajeto, eu invocaria Ravi para me ajudar a treinar acrobacias no ar, de forma que ela me elevaria até uma certa altitude e eu voluntariamente me desprenderia de suas costas, para cair de pé novamente na mesma enquanto eu ordenava seu rasante para abaixo do meu corpo. Essa parte me pareceu um pouco de loucura, mas eu estava até que seguro no fato de que Ravi conseguiria me alcançar, visto que ela era extremamente rápida enquanto estava voando, e era extremamente responsiva ao meu pensamento, assim como as demais sombras. Assim que eu completasse quatro acrobacias com sequência, Ravi me levaria de volta ao inicio do circuito e me acompanharia nos céus até que chegasse novamente a sua vez de me ser útil.

Depois de pronto, comecei pelos trajetos construídos. Quando eu pisava em um tronco flutuante no rio, uma onda era emitida do meu ponto de apoio o que fazia todo o restante dos troncos ficar errático. Foi um pouco complexo acertar na primeira vez, mas depois dá para perceber que os troncos tem um padrão muito previsível de movimentação por si só, e nesse caso, é só esperar o momento certo para pular e regular a força com base na distância que se quer alcançar. Na primeira vez que fui passar em aros baixos, acabei me sujando um pouco e até batendo minhas pernas no chão, e também precisei pular mais de uma vez para alcançar as diferenças de terreno, coisa que também passou conforme eu repetia o trajeto várias vezes.

As árvores eram a parte mais fácil do meu treinamento, embora fossem as mais exaustivas em função da sua altura, estavam ali para me causar mais esgotamento enquanto dificultavam as outras atividades, me fazendo superar ainda mais limites. Logo no fim do trajeto, desci a íngreme escada de rochas que se eram bem escorregadias, me forçando a executar saltos rápidos para evitar que meus pés deslizassem. Em seguida, a brincadeira com Ravi começou enquanto ela voava relativamente alto. Nas primeiras vezes me certifiquei de que eu tivesse mais tempo de queda até chegar ao chão, pois queria ter certeza de que ela me pegaria a tempo. Nas primeiras vezes não consegui me movimentar no ar com muita precisão, sempre caia de bruços nas costas de Ravi de uma forma desajeitada, mas com o tempo, percebi que o detalhe estava em saber parar a cambalhota na hora certa, conforme esticava as pernas. Depois que fiz isso, cair de joelhos na mesma começou a virar padrão.

Pensei que seria de grande ajuda que eu treinasse essas manobras no ar com a Ravi, pois seriam de extrema utilidade quando de alguma forma, eu precisasse utilizar isso em combate, visto que eu poderia atacar do ar sem sofrer as consequências da queda, só pelo fato de ter ela ao redor. Segui repetindo o trajeto até me esgotar totalmente, onde, apesar de cansado, meu corpo já tinha a memória muscular exata do que fazer em cada um dos obstáculos, de forma que se tornou muito fácil. Decidi que ali era o momento de encerrar o treinamento. Guardei todo o equipamento que eu trouxe para realizar os obstáculos e segui para meu apartamento, para mais um dia de descanso.    
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Re: [T] DelusionalDom Jul 10, 2022 4:38 pm

Olá, Susume!

Seus treinamentos são longos, sim, mas lê-los não é nem de longe ruim. Você escreve bem e coordena a história de uma forma fantástica. Parabéns por isso. No entanto,  há coisas que precisam ser ditas e que podem ser encaradas de uma forma um pouco duras: O treinamento de experiência. Conversamos no privado do Discord e eu fui preciso ao te explicar que o treinamento consistia em tarefas como ninja, semelhante às missões, que lhe trouxessem algum desafio. Eu retornei à conversa para ver se tinha sido claro sobre isso — até para evitar injustiças — e percebi que sim, eu tinha sido, tendo inclusive citado exemplos que se conectam com isso. A sua narrativa não é ruim, mas ela está longe de ter alguma conexão com o Treinamento de Experiência; seria como treinar Genjutsu e esperar pontos em Taijutsu. Em razão disso, terei de desconsiderar o seu Treinamento de Experiência.

Todos os demais treinamentos estão aprovados.
+3 de Ninjutsu, +1 Destreza e +1 de Agilidade



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Re: [T] DelusionalQua Jul 13, 2022 3:42 pm

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A definição para minha mente neste dia era: atormentada. Ouvi a notícia de que Chloe não retornaria para missões, provavelmente desistiu de ser uma shinobi. Para cuidar de questões administrativas referentes ao clã Hyuuga, talvez? Não sei dizer. Mesmo que não houvesse tanta ligação entre nós, ela foi uma boa parceira de missão e se esforçou o máximo que pode, e agora estava eu aqui, a beira de uma nova tarefa, e provavelmente teria que executá-la sozinho. Não imaginava quando seria, talvez nos próximos dias, então resolvi me preparar.

Sai de casa com o casaco felpudo estilo sobretudo que eu uso rotineiramente, puxei o capuz e andei em direção ao campo de treinamento com algumas armas na bolsa, enquanto pensava. Ultimamente eu estava bem feliz com o meu progresso, sentia que minhas aptidões evoluíam conforme o esperado e eu estava me tornando bom naquilo em que queria ser, mas ao mesmo tempo, lembrei da minha luta com o menino lobo no posto avançado da floresta, e percebi que meus únicos truques na manga para lidar com ele ou qualquer outro inimigo ainda seriam Ninjutsu. Meus movimentos eram limitados, desengonçados, e apesar de eu ser relativamente rápido, não se podia dizer o mesmo em relação a precisão desses movimentos. Baseado nessa conclusão, resolvi que faria uma espécie de tiro ao alvo coordenado com Shurikens e Kunais.

Certo do que queria fazer, improvisei alguns alvos nas pilastras de treinamento logo quando cheguei ao local, e para aquecer, comecei a fazer disparos contra os mesmos de forma que a cada sequência deles, eu analisava o movimento do meu braço e como ele influenciava na precisão das Shurikens e Kunais. Esse tipo de treinamento era o básico ensinado na academia, todos que saem de lá de certa forma conseguem acertar um alvo com facilidade, mas este tipo de análise é bem mais minuciosa. Em alguns pontos, pude perceber que se eu disparasse a Shuriken antes do meu braço chegar no eixo central do meu corpo, o arremesso fazia uma espécie de curva, mesmo que acabasse errando seu alvo.

Claramente o segredo aqui não era muito sobre força, o que claro, influenciaria nos danos causados no oponente devido a intensidade do arremesso, mas o controle corporal e a precisão milimétrica dos movimentos era o que faria toda a diferença aqui. Imediatamente tive um flashback do treinamento de Sariel e Keitaro que eu havia observado, e a forma como Sariel se movia parecendo uma pluma no ar. Mesmo com todo aquele tamanho, mesmo carregando uma arma, ele sabia a quantidade exata de força, impulso e cinética que ele tinha de usar em cada movimento. Mesmo que Keitaro fosse a pessoa que mais havia me ajudado, me inspirei por Sariel e num estado de concentração, comecei a fazer arremessos mais controlados enquanto testava várias angulações do meu braço, enquanto prestava atenção em todo o trajeto que as armas faziam.

Os próximos momentos foram uma sequência de erros que me ajudaram a acertar a quantidade de ingredientes para fazer o bolo perfeito. Havia percebido que para controlar a curva de um arremesso com precisão, eu precisava abrir a destra em uma meia lua perfeita, enquanto arremessava a arma em um ângulo de 45º em relação ao eixo central do meu corpo. Chegar nessa conclusão não foi fácil, mas qualquer desvio do movimento resultaria em um erro ao alvo, e após repetir tantas vezes, acertar em algumas faz com que sua memória muscular pegue exatamente o encaixe do movimento. Comecei a perceber como o controle sobre meu próprio corpo era algo que poderia ser aprimorado e como isso era influente para um shinobi. Sariel haveria de tomar cuidado comigo, pois eu iria superá-lo.

Os próximos momentos do treino seguiram com tentativas de guiar a trajetória de uma Shuriken em uma direção oposta a que ela foi lançada, utilizando o choque com outra arma que era arremessada simultaneamente. Esse tipo de treinamento é com certeza é mais complexo para alguém que acabou de descobrir coordenação motora fina e está descobrindo a movimentação de seu próprio corpo, e eu definitivamente não queria colocar a carroça frente aos bois, pois talvez estivesse me antecipando muito, mas tentei. O primeiro arremesso com certeza era feito com precisão, mas acertar um projétil em alta velocidade no ar com outro projétil era extremamente difícil. Arremessei várias vezes para obter um único sucesso, onde a shuriken foi para uma direção completamente aleatória. Pelo menos eu havia conseguido intercepta-la, o que prova que só necessitaria de treino até que eu conseguisse realizar a manobra com precisão. Foi o suficiente para eu perceber que aquilo era um outro nível de habilidade com as armas que eu não poderia sequer assimilar no momento, ainda mais depois de executar uma tarde inteira de arremessos. Posso garantir que meu braço direito já estava em processo de dormência, então recolhi todas as armas que eu estava utilizando, coloquei-as na mochila, e segui em direção ao meu apartamento, para uma noite de descanso enquanto aguardava minha próxima missão.
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Re: [T] DelusionalQua Jul 13, 2022 4:32 pm

Olá, Hyorin.
Gostaria de começar elogiando sua descrição de movimentos. Eu já treinei esse tipo de coisa, e sei como é difícil passar para palavras alguns movimentos e conceitos. Você fez isso muito bem! Foi um treino interessante e gostei muito do crescimento desenvolvido e da sua interpretação. Parabéns!

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Re: [T] Delusional